11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

A percepção dos pais acerca do seu papel na hospitalização da criança

Resumo

A Lei nº 8069, de 1990, prevê a presença em tempo integral de um acompanhante em situações de hospitalização pediátrica, como um direito da criança e do familiar. Na maioria das vezes, o acompanhante é a mãe da criança. Entretanto, o número de pais participando desse processo vem aumentando, em decorrência de importantes transformações culturais nos últimos anos. Considerando a escassez de literatura em relação à compreensão do papel do pai no contexto hospitalar, o presente estudo teve como objetivo compreender como os pais percebem a importância do seu papel durante a hospitalização de seu filho, enquanto as acompanham em tal processo. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e de abordagem qualitativa. Participaram do estudo seis pais (sexo masculino, exclusivamente) com idade igual ou acima de dezoito anos, que estavam acompanhando seus filhos durante a hospitalização na enfermaria pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP). Após o aceite, foi realizada uma entrevista, seguindo um roteiro semi-aberto, com uma breve identificação e perguntas sobre: número de filhos; status de relacionamento amoroso; sua participação com os filhos em sua casa; o motivo para estar acompanhando seu filho e como percebia sua presença como acompanhante na hospitalização. As entrevistas foram gravadas, transcritas na íntegra e, posteriormente, foi realizada a análise de conteúdo proposta por Bardin. Assim como em estudos que focalizaram as recentes mudanças na família contemporânea e no papel paterno, os relatos obtidos na presente pesquisa mostram a participação ativa dos pais nos cuidados das crianças e a valorização do vínculo afetivo entre eles, o que, inclusive, motivou os pais a ficarem como acompanhante de seus filhos. Cabe ressaltar, entretanto, que as crianças eram todas do sexo masculino e, em sua maioria, em idade escolar. Além disso, o trabalho e, consequentemente, aspectos relacionados à renda e ao sustento familiar também foram levados em consideração na decisão por acompanhar a criança durante a internação. Nota-se também o quanto um diagnóstico ruim aproxima o pai do filho no hospital, e o quanto suas práticas nesse ambiente são voltadas não apenas à criança adoecida, mas também a esposa, sendo então, uma figura de suporte.

Palavras chave: hospitalização, paternidade, percepção.

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Área

1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.1 Atenção Integral à Criança e ao Adolescente no Contexto de Saúde e Doença

Autores

Emanoely Jayne dos Santos, Flávia Helena Pereira Padovani, Gimol Benzaquen Perosa