A importância da psicologia para preparos pré-cirurgia no ramo da pediatria: transmitindo informações para crianças, pais e responsáveis
Introdução:O ambiente hospitalar é um ambiente diferente se comparado àquele em que a criança vive habitualmente. Menezes (2008) aponta que este é um ambiente desconhecido para a criança, cheio de regras e novos horários. É importante que se pense, (antes de qualquer intervenção) primeiramente a respeito da necessidade da adaptação desta criança neste ambiente. Diante deste contexto, Broering (2008) alerta sobre a necessidade de preparar pais e responsáveis para os procedimentos inerentes à internação, sendo que uma das formas de realizar o preparo é por intermédio da comunicação (ARMELIN, et a,l 2005) (BROERING, 2008). Objetivos:O objetivo desse estudo é apresentar discussões da literatura sobre estratégia da comunicação como meio de transmitir informações à crianças e ao responsáveis sobre os precedimentos pré-cirurgia, conhecido como cirurgia eletiva. Metododologia. Foi realizada busca nas bases da dados scielo, bvspsi e Lilacs, utilizando as seguintes palavras chaves: criança hospitalizada, família, comunicação.Resultados: De acordo com estudiosos desta temática, omitir informações para a criança diante deste contexto muitas vezes aversivo, tende a facilitar fantasias incoerentes. Menezes (2008), Mota, Enumo (2010), Broering et al (2008) Ramos,Bortagarai (2012) afirmam que alguns procedimentos dolorosos dos quais a criança participa dentro de suas condições clínicas, propiciam algumas ideias fantasiosas sobre o que irá acontecer com ela nos próximos dias. Algumas acreditam que são culpadas e por este motivo creem estar sendo punidas por meio da doença ou da medicação injetável, por exemplo. Portanto, fica evidente a importância da preparação da criança para as diferentes etapas de um procedimento cirúrgico.
Discusão dos Resultados: Crepaldi e Gabarra (2011) ressaltam que a criança tem uma percepção incrível sobre o que acontece ao seu redor e por esta razão identifica facilmente o que lhes é dito e, sobretudo, o não dito. Ou seja, a criança consegue assimilar as situações e acontecimentos mesmo que não obtenha diretamente as informações. Por outro lado, é sabido que a criança pode vir a fantasiar, e esta fantasia pode chegar ao extremo, como mostra um dos depoimentos de uma criança citado por Broering (2008) em sua tese de mestrado, sendo possível observar que a criança, quando não informada sobre o que está acontecendo, entende a hospitalização como castigo dos pais. Assim sendo, torna-se comum que primeiramente a hospitalização seja encarada pelas crianças como um processo doloroso e de muito sofrimento, rodeado de medos e muitas incertezas (BROERING, 2008) ,(NIEWEGLOWSKI,MORÉ, 2008).Considerações finais:O presente estudo torna evidente a importância do trabalho do psicólogo hospitalar, uma vez que é um especialista em desenvolvimento humano. Sua atuação facilita a elaboração de estratégias de enfrentamento, bem como outros efeitos positivos, como melhor adesão ao tratamento pós-cirúrgico, entre outros. A hospitalização infantil é vivenciada pelas crianças com medo, ansiedade e tristeza. Essa experiência tende a modificar a rotina da criança e de seus familiares, o que demonstra a importância de preparação psicológica pré-cirurgia como recurso para vivenciar a hospitalização de forma menos traumática.
ARMELIN, Cláudia Batagin et al. A comunicação entre os profissionais de pediatria e a criança hospitalizada. Journal of Human Growth and Development, v. 15, n. 2, p. 45-54, 2005. Disponivel em:< ttp://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822005000200006>. Acesso em 14 abr. 2017
BROERING, Camilla Volpato et al. Efeitos da preparação psicológica pré-cirúrgica em crianças a serem submetidas a cirurgias eletivas. 2008. Disponível em:< https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/91251> Acesso em 29 abr. 2017
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GABARRA, Letícia Macedo; CREPALDI, Maria Aparecida. A comunicação médico-paciente pediátrico-família na perspectiva da criança. Psicologia Argumento, v. 29, n. 65, p. 209-218, 2011.Disponível em:< file:///C:/Users/USU%C3%81RIO1/Music/Downloads/pa-4600.pdf> Acesso em 03 abr. 2017
MENEZES, Marina; MORÉ, Carmen LO; CRUZ, Roberto Moraes. O desenho como instrumento de medida de processos psicológicos em crianças hospitalizadas. Avaliação psicológica, v. 7, n. 2, p. 189-198, 2008. Disponível em:< http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712008000200010> Acesso em 19 abr. 2017
MOTTA, Alessandra Brunoro; ENUMO, Sônia Regina Fiorim. Intervenção psicológica lúdica para o enfrentamento da hospitalização em crianças com câncer. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 26, n. 3, p. 445-454, 2010.Disponivel em:< http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26n3/a07v26n3> Acesso em 08 fev. 2017.
NIEWEGLOWSKI, Viviane Hultmann; MORÉ, Carmen Leontina Ojeda Ocampo. Comunicação equipe-família em unidade de terapia intensiva pediátrica: impacto no processo de hospitalização. Estud. psicol.(Campinas), v. 25, n. 1, p. 111-122, 2008. Disponível em: < http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=480708&indexSearch=ID>. Acesso em 15 abr. 2017.
RAMOS, Ana Paula; BORTAGARAI, Francine Manara. A comunicação não-verbal na área da saúde. Rev. CEFAC, v. 14, n. 1, p. 164-170, 2012. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rcefac/2011nahead/186_10.pdf>.Acesso em 12 mar. 2017.
1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.1 Atenção Integral à Criança e ao Adolescente no Contexto de Saúde e Doença
centro universitário de brusque - Unifebe - Santa Catarina - Brasil
Thaís Aparecida Pereira de Andrade