PREVALÊNCIA DE ESTRESSE EM PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRADESNIVELAMENTO DE SEGMENTO ST
Introdução: Os estados emocionais de raiva, de estresse e de ansiedade, em algumas ocasiões, podem desencadear uma instabilidade hemodinâmica ou um evento coronariano. Estudos prévios apontam que pacientes com algum tipo de estresse, em comparação com indivíduos sem estresse emocional, apresentam uma variabilidade da frequência cardíaca, disfunção do eixo hipotalâmicohipofisárioadrenal, ativação plaquetária aumentada, função vascular prejudicada, resposta inflamatória exacerbada e estímulo à aterogênese, corroborando para o efeito deletério cardiovascular. Objetivo: Verificar a prevalência do estresse entre pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnível de segmento ST (IAMCSST), e relacionar com as variáveis clínicas e demográficas da população atendida em um serviço especializado em cardiologia na região sul do Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado com pacientes com diagnóstico médico de IAMCSST, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 65 anos, e atendidos entre janeiro e março do corrente ano. As variáveis clínicas e demográficas foram coletadas a partir de um questionário estruturado e a presença do estresse foi avaliada através do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de LIPP – ISSL. Este instrumento categoriza o estresse em 4 fases: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão. O LIPP possibilita também verificar a presença de sintomas físicos e psicológicos de estresse nas últimas 24 horas, nas últimas duas semanas e no último mês, de forma a verificar situações agudas e duradouras. Os dados foram analisados através do programa estatístico Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 24.0. Resultados: Dados preliminares de 70 pacientes evidenciaram um predomínio de homens 71,4%, com idade média de 55,8 anos ± 7,2, escolaridade de 10,1 ± 3,7 anos de estudo e renda familiar de ≤ 5 salarios mínimos. A maioria dos pacientes (65%) foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde. A presença do estresse foi registrada em 78,6% dos pacientes, sendo 14,5% na fase de alerta, 56,4% na fase da resistência, 3,6% na fase de quase-exaustão e 25,5% na fase de exaustão. Os sintomas físicos foram registrados em 83,6% dos pacientes, os psicológicos em 10,9% e ambos sintomas em 5,5% dos pacientes. Relacionando o estresse com às características clínicas e demográficas, observamos uma tendência a maior prevalência de hipertensão entre os estressados (60,0% vs 33,3% p=0,07) bem como uma menor escolaridade (9,75=-3,85 vs 11,69 =- 3,01 p=0,10). Conclusão: Evidenciou-se na população estudada uma alta prevalência de estresse, sendo que os pacientes hipertensos e com baixa escolaridade merecem atenção, pois parecem ser os mais acometidos. A continuidade do estudo oportunizará subsídios para os profissionais da saúde desenvolver estratégias de prevenção que visem minimizar a progressão das doenças crônicas, bem como a mudança no comportamento.
Colombo RC, Aguillar OM. [Life style and risk factors in patients with a first episode of acute myocardial infarct]. Rev Lat Am Enfermagem. 1997;5(2):69-82.
Du J, Zhang D, Yin Y, Zhang X, Li J, Liu D, et al. The Personality and Psychological Stress Predict Major Adverse Cardiovascular Events in Patients With Coronary Heart Disease After Percutaneous Coronary Intervention for Five Years. Medicine (Baltimore). 2016;95(15):e3364.
LIPP MEN. ISSL - Inventário de sintomas de stress para adultos de Lipp - Manual. Psicólogo Cd, editor2005. 76 p.
5. Novas Tecnologias, Gestão e Formação em Psicologia Hospitalar e da Saúde - 5.6 Produção Científica em Psicologia da Saúde e Hospitalar
Instituto de Cardiologia - Rio Grande do Sul - Brasil
Karine Schmidt, Kelly Rocha Schmitt, Marcia Moura Schmidt, Alexandre Quadros, Mª Antonieta Pereira Moraes