Psicologia e inciativas de Humanização na UTI
Introdução: A internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) gera ansiedade tanto para o paciente quanto sua família por ser um ambiente culturalmente desconhecido, o que resulta na ideia de gravidade associada à morte. Para minimizar este efeito, em 2015, após ampliação do quadro profissional de Psicologia, foi destinado um psicólogo com intuito de oferecer atendimento ao paciente, família e atuar junto a equipe multidisciplinar, pautado na Política Nacional de Humanização, propôs-se então mudanças na cultura de atenção à saúde, na gestão da atuação profissional, visando reconhecer, valorizar os aspectos subjetivos e socioculturais inerentes aos usuários. Objetivos: Descrever as experiências de implantação do serviço de psicologia em UTI e iniciativas de humanização para promoção do cuidado integral a pacientes e familiares. Método: Trata-se de um estudo descritivo, na modalidade relato de experiência, apresentando a implantação do serviço de psicologia e ações de humanização, baseadas na Política Nacional de Humanização para UTI do Hospital Universitário Getúlio Vargas em Manaus-AM no ano de 2015. Resultados: Foram implementadas pela psicóloga 6 (seis) ações e medidas para humanização na UTI. 1- Construção de Protocolo Operacional Padrão da atuação do psicólogo junto a equipe multidisciplinar na UTI, visando consolidar as atividades e atuação do psicólogo intensivista; 2- Anotações em prontuário do paciente, vislumbrando melhor comunicação entre psicólogo e equipe; 3- Mudança no formato de atendimento psicológico oferecido ao paciente e família. Sendo o psicólogo inserido no momento de comunicação do Boletim médico dado pelo médico atuando como facilitador da comunicação, e também nas visitas dos familiares aos pacientes, acolhendo as demandas psicológicas, prestando informações, esclarecimentos bem como a própria escuta terapêutica. 4- Ampliação do turno de visitas para os familiares, incluindo o matutino e noturno. A flexibilização do horário possibilitou interação mais efetiva entre família/paciente/equipe, visto que um número maior de familiares pudesse acompanhar o doente, implicando em mudanças positivas no humor, reduzindo a ansiedade dos sujeitos envolvidos; 5- Incorporação da Clínica Ampliada, dispositivo da PNH, para discussão entre a equipe interdisciplinar dos casos dos pacientes internados, favorecendo troca de informações, compreensão ampliada do processo saúde-doença, construção compartilhada do projeto terapêutico e suporte para os profissionais de saúde; 6- Inserção do psicólogo em reunião da equipe médica com familiares de pacientes em situações críticas. A participação do psicólogo é de grande relevância pois o medo, a ansiedade e desestrutura emocional das famílias, em muitos momentos causam tensão e dificuldade no entendimento do real estado do paciente. Conclusão: A implantação do novo formato de atendimento psicológico dentro da UTI, e as iniciativas de humanização adotadas possibilitaram melhorias nas práticas de cuidado da equipe, baseadas na ética, diálogo e autonomia de pacientes e familiares. Esses últimos, exercitando a capacidade de integração e participação na complexidade dos cuidados ao paciente.
Palavras-chave: Psicologia, UTI, humanização.
BRASIL, Ministério da Saúde. Política nacional de Humanização. PNH – Humaniza SUS. Brasília DF: MS 2003.
Pregnolatto, A. P., & Agostinho, V. B. (2003). O psicólogo na unidade de terapia intensiva - Adulto. In M. N. Batista & R. R. Dias (Eds). Psicologia hospitalar: Teoria, aplicação e casos clínicos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
2. Universalidade, Equidade e Integralidade em Saúde - 2.1 Interfaces da Psicologia da Saúde e Hospitalar com as Políticas Públicas de Saúde, de Assistência Social e de Educação
Hospital Universitario Getulio vargas - Amazonas - Brasil
Cristiane Nass Kramek, Michele Saray Bonfim