O ATRAVESSAMENTO ENTRE AS PERDAS GESTACIONAIS E A DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL
Autora BARBOSA, T.B. Co-autoras VELASCO, M.H. CRISTOFARO, J.S. BARBOSA, L.B.P. MEDEIROS, A.B.N.
Santa Casa de Misericórdia – Rio de Janeiro
Introdução: A Doença Trofoblástica Gestacional – também conhecida como gestação molar – pode ser dividida em Gestação Molar Completa e Gestação Molar Parcial, sendo a primeira a ausência do embrião com carga genética paterna e tendo maior incidência para o câncer e a segunda com a presença do feto, carga genética materna e aumento da carga genética paterna, tendo perda gestacional em torno dos quatro meses. Esse diagnóstico pode vir a causar angústias, medos e sofrimento as mulheres devido a dois fatores: a perda devido à má formação do feto e a propensão deste tipo de gravidez evoluir para um câncer. Buscando também analisar os desdobramentos psicológicos desencadeados nesta conjuntura como, a angústia, suas percepções, sentimentos e comportamentos frente ao diagnóstico de gestação molar e o posicionamento da mulher quanto à possibilidade de uma futura gravidez após a gestação molar. Objetivos: Este trabalho visa estudar as repercussões emocionais da vivência da mulher e do casal diante da gestação molar e suas implicações psicossociais e compreender o atravessamento entre as perdas gestacionais e a Doença Trofoblástica Gestacional. Metodologia: Pesquisa exploratória de natureza qualitativa, com base na entrevista de mulheres que apresentaram o referido diagnóstico com até no máximo três meses de gestação, e que foram acompanhadas semanalmente no ambulatório da Santa Casa de Misericórdia do RJ – localizado no Centro de Referência do Estado do Rio de Janeiro em Doença Trofoblástica Gestacional. Resultados: A partir da análise de conteúdo do material discursivo coletado nas entrevistas, emergiram quatro categorias: 1) Sentimentos e percepções; 2) Doença e o medo de morte; 3) Suporte familiar e do Centro de Referência e 4) Relação amorosa e desejo da maternidade, que foram analisadas e indicaram um resultado que corroborou as implicações onde a perda gestacional por mola é repleta de sofrimento pela doença adquirida levando a mulher a se sentir com menos-valia e fracassando em sua missão social concernente à perpertuação da espécie. Discussão: A partir deste trabalho foi verificado que a família e o centro de referência, com destaque ao apoio psicológico, têm papel fundamental na prevenção das complicações da perda e do luto advindos da gestação molar. Além disso, constatou-se que cada uma das mulheres impõe a sua singularidade ao processo de perda, o que deriva da relação particular com a sua gestação e com as expectativas do filho esperado. Conclusão: Concluiu-se através deste trabalho que a experiência de maternidade demanda dos recursos internos – uma estrutura psíquica – e externos – uma estrutura familiar e social, para ser posta em prática –. Estes dois fatores intrínsecos – externos e internos – constituem-se como elementos determinantes para a percepção dos problemas e para a elaboração da conduta das mulheres em busca do retorno à sua condição saudável.
Palavras Chave: Doença Trofoblástica Gestacional, Gestação Molar, Perda Gestacional.
1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.4 Saúde do Homem e da Mulher
Santa Casa da Misericórdia do RJ - Rio de Janeiro - Brasil
Tais Brito Barbosa, Márcia Herculano Velasco, Juliana Souza Cristofaro, Luana Brenda Pires Barbosa, Ana Beatriz Nunes Medeiros