11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Lidando com a dor: estratégias de enfrentamento de pais de crianças em tratamento oncológico

Resumo

A condição de ser criança com câncer implica em demandas que exigem uma série de ajustamentos não só ao paciente, mas também à família. Estudos apontam que estratégias de enfrentamento utilizadas por pais de crianças com doenças crônicas podem contribuir com a manutenção e estabilidade da familiar. O objetivo do estudo foi identificar as estratégias de enfrentamento de pais de crianças e adolescentes em tratamento oncológico no Hospital da Criança Santo Antônio, de Porto Alegre/RS. Trata-se de um estudo transversal, submetido e aprovado pelo CEP do HCSA. Os participantes constituem-se por pais de filhos em qualquer fase do tratamento oncológico, com exceção de pacientes com recidiva, captados por conveniência e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os instrumentos utilizados foram: questionário de dados clínicos e sociodemográficos e a escala Coping Health Inventory for Parents (CHIP). Foram incluídos 64 participantes, destes 54 mães com média de idade de 36,31 (± 8,91). Do total da amostra, a maioria possuía mais de um filho (60,9%); casada ou com companheiro fixo (78,1%) e que não estavam trabalhando no momento (32,8%). Sobre a escala CHIP, o domínio que avalia Integração familiar, cooperação e definição otimista da situação (domínio I) teve um escore médio de 49,78 (± 5,48), de um total de 57; o domínio que avalia Manutenção do suporte social, autoestima e estabilidade psicológica (domínio II) apresentou a média de 31,82 (± 9,52) de um total de 54; e o domínio III (Compreensão da situação de cuidados de saúde através da comunicação com outros pais e da equipe de saúde) uma média de 18,82 (± 3,68) de um total de 24. As estratégias mais úteis, de acordo com a visão dos entrevistados, foram: “acreditar que meu filho vai melhorar” (96,9%), “investir em meu filho” (96,9%), “acreditar que as coisas sempre vão dar certo” (95,3%), “dizer a mim mesmo que eu tenho muitas coisas pelas quais agradecer” (87,5%), “acreditar em Deus” (92,2%), “cuidar bem do acompanhamento médico em casa” (96,9%), “acreditar que meu filho está tendo o melhor atendimento médico possível” (90,6%), “ter meu filho com a condição médica atendida no hospital regularmente” (89,1%), “acreditar que o centro médico/hospital tem em mente o melhor para minha família” (89,1%), “ter certeza de que os tratamentos médicos prescritos para as crianças são realizados em casa diariamente” (85,9%) e “conversar com o médico sobre minhas preocupações a respeito de meus filhos” (85,9%). Os dados apresentados sugerem que, na maioria das vezes, o cuidado do filho fica mais a encargo de um dos pais, neste caso, da mãe. A alta pontuação apresentada tanto no escore geral da escala, como nos domínios isolados, mostra que, a priori, essas famílias lançam mão de muitos recursos internos para lidar com o processo de adoecimento do filho. Faz parte do trabalho da psicologia, neste contexto, auxiliar os familiares a identificar esses recursos, para que se consiga enfrentar a realidade imposta pelo câncer e para que essas crianças sintam-se seguras para encarar o tratamento e os sentimentos decorrentes dessa condição.

Referências Bibliográficas

Área

1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.2 Saúde Mental do Paciente, Família e Equipe

Autores

Dayane Santos Martins, Letícia Leite, Rafaela Behs Jarros, Francine Rossignolo Londero