Perfil de gestantes de alto risco internadas em uma Unidade de Obstetrícia de Pelotas – RS
Introdução: A gestação é considerada de alto risco quando envolve complicações tanto para a mãe quanto para o bebê. O Hospital Escola da UFPEL se constitui como referência na linha de cuidado materno-infantil em Pelotas e região. Objetivo: Realizar um levantamento de dados sobre as características clínicas e sociodemográficas de gestantes de alto risco internadas na Unidade de Ginecologia e Obstetrícia do HE-UFPEL no 2º semestre de 2016. Metodologia: Pesquisa quantitativa, descritiva, documental. Os dados foram coletados no Serviço de Psicologia Clínica a partir da seleção randomizada de 31 Fichas de Triagem Psicológica. Critérios de inclusão: gestantes de alto risco; internação na Unidade de Ginecologia e Obstetrícia entre julho e dezembro de 2016. Critério de exclusão: fichas com dados incompletos. Os dados sociodemográficos analisados foram: cidade de origem, idade e nº de filhos; as características clínicas, por sua vez, incluíram: tipo de paciente (se gestante ou puérpera), idade gestacional, idade do recém-nascido, motivo de internação, realização de pré-natal e histórico de aborto. Considerando que a internação acontece durante a gestação e que parte destas pacientes chegam em trabalho de parto, optou-se por incluir as puérperas. Resultados: Observou-se que 19 pacientes (61%) residiam em Pelotas, 11 (36%) provinham de cidades da região e apenas 1 (3%) morava em Porto Alegre. As idades variaram entre 18 e 41 anos, com média de 29 anos (±5.90). Quanto aos dados clínicos, 26 pacientes (84%) eram gestantes e 5 (16%) eram puérperas. A maioria estava no 3º trimestre de gravidez (92%) e 8% no 2º trimestre. Dentre as puérperas, em 75% os recém-nascidos tinham de 1 a 2 dias de vida e 25% tinham entre 3 e 5 dias de vida. Os motivos de internação foram: 9 trabalhos de parto (29%); 7 trabalhos de parto prematuro (22%); 6 diabetes gestacionais (19%); 4 casos de hipertensão (13%); 2 pré-eclâmpsias (6%); 1 transtorno do líquido amniótico (3%); 1 colestase hepática (3%); 1 hepatite C (3%); 1 infecção urinária (3%). Todas realizaram ao menos uma consulta de pré-natal. Um total de 6 pacientes (19%) tinham histórico de aborto. Discussão: Mais da metade das pacientes tinha entre 30 e 39 anos; gestantes de alto risco com idade avançada apresentam mais comorbidades gestacionais, como diabetes, pré-eclâmpsia e hipertensão. Todas as gestantes avaliadas realizaram pré-natal; é importante ressaltar que o Ministério da Saúde preconiza, no mínimo, 6 consultas. A maioria das mulheres internou por estar em trabalho de parto (prematuro ou não); isso pode ser explicado pelo fato da maternidade do HE-UFPEL ser referência para Pelotas e região. Segundo o Ministério da Saúde, as complicações hipertensivas na gravidez são a maior causa de morbimortalidade materna e fetal, ocorrendo em cerca de 10% dos casos. Em nosso estudo esse percentual foi de 13% provavelmente por ser exclusivamente com gestantes de alto risco. Considerações finais: Observamos que a possibilidade de acesso ao serviço de pré-natal de alto risco tem facilitado ações preventivas e intervenções precoces durante complicações gestacionais.
ANJOS, Joyce Carolina Silva dos et al. Perfil epidemiológico das gestantes atendidas em um centro de referência em pré natal de alto risco. Rev. para. med, v. 28, n. 2, 2014.
ARRAIS, Alessandra da Rocha; ARAUJO, Tereza Cristina Cavalcanti Ferreira de. Pré-Natal Psicológico: perspectivas para atuação do psicólogo em Saúde Materna no Brasil. Revista da SBPH, v. 19, n. 1, p. 103-116, 2016.
LUZ, Bruna Gusman et al. O perfil das gestantes de alto risco acompanhadas no pré-natal da policlínica de Divinópolis-MG, no biênio 2013/14 doi: 10.12662/2317-3076jhbs. v3i3. 177. p137-143.2015. Journal of Health & Biological Sciences, v. 3, n. 3, p. 137-143, 2015.
MARTINELLI, Katrini Guidolini. Adequação do processo da assistência pré-natal segundo os critérios do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento e Rede Cegonha. CEP, v. 29040, p. 090, 2014.
RODRIGUES, Marcy Rafael et al. A importância da captação e permanência das gestantes no acompanhamento pré-natal: uma análise bibliográfica. 2017.
1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.4 Saúde do Homem e da Mulher
Hospital Escola da UFPEL - Rio Grande do Sul - Brasil
Amanda de Oliveira Ferreira Leite, Bárbara Pereira Terres, Matheus Ramalho, Rosane da Costa Gomes, Viviane Pedreira Donda