Diagnóstico de Manifestações Psicossomáticas e Avaliação da Qualidade de Vida em Profissionais da Saúde
Introdução: A Organização Internacional do Trabalho (2013) estimou que 2,34 milhões de pessoas morrem todos os anos por causa de acidentes e doenças relacionados com o trabalho. Deste número 2,02 milhões (86,3%) vem a óbito por doenças profissionais sinalizando a necessidade de diagnosticar e comprovar a urgência de ações de saúde para este público. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) descreve a violência no trabalho como um dos principais riscos para o mundo do trabalho, constituindo-se, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), como um grave problema de saúde pública mundial, que afeta a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). A ansiedade impulsiona a pessoa a resolver a situação, aumentando o grau de vigília e sua capacidade de ação; é natural do ser humano, adaptativa e necessária para a autopreservação. Mas ela pode se tornar patológica quando atrapalha o indivíduo, trazendo prejuízo ao bem estar e ao desempenho, impedindo-o de enfrentar situações ameaçadoras (APA, 2000). Objetivo: Analisaram-se neste estudo os índices de qualidade de vida e manifestações psicossomáticas em trabalhadores na área da saúde. É um estudo quantitativo. Metodologia: Participaram deste estudo, 126 trabalhadores do Estado de Goiás atuando em um hospital público de atendimento de urgência, sem distinção de cargo ou função. Os dados foram coletados por meio Escala de Medidas para Qualidade de Vida no Trabalho, Maslach Burnout Inventory-General Survey (MBI-GS), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Inventário de Desesperança de Beck (BHS) e o Inventário de Depressão de Beck (BDI) e um questionário para avaliar sexo e regime de contrato de trabalho. Os dados foram analisados por meio de análises descritivas utilizando SPSS-18. Resultados: Observou-se que 51% dos trabalhadores percebem que a qualidade de vida no trabalho apresenta-se de média a baixa. Observou-se que 20% dos trabalhadores percebem ansiedade entre moderada e grave, 99,15% sentem desesperança em nível moderado e 22,94% apresentam depressão moderada. Discussão: Os resultados sinalizaram necessidade de desenvolver estratégias que possibilitem melhorar a qualidade de vida no trabalho e controlem o adoecimento deste grupo pesquisado. É necessário voltar o olhar para os cuidadores de pessoas adoecidas, pois o adoecimento destas pode comprometer o atendimento hospitalar.
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1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.2 Saúde Mental do Paciente, Família e Equipe
PUC-GO - Goiás - Brasil
Francielle Rodrigues Almeida Mendes, Andréa Batista Magalhães , Ivone Félix Sousa , Sebatiao Costa Benício Neto, Virginia Célia Barros Oliveira