Possibilidades de atuação do psicólogo em pacientes psiquiátricos: uma análise do transtorno depressivo.
Na descrição clínica da depressão, levam-se em conta: sintomas psíquicos, fisiológicos e evidências comportamentais. Dentre estes sintomas, pode-se citar: o humor deprimido, a perda de vontade de experienciar prazer, a diminuição da capacidade de pensar, sentimentos de inutilidade e pensamentos de morte. O Código Internacional de Doenças (CID 10), caracteriza a depressão recorrente como um transtorno recorrente, ou seja, episódios delimitados no tempo que duram até dois anos. Enquanto a distimia é um transtorno persistente que permanece por mais de dois anos. No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 (DSM-5), encontra-se: Transtorno depressivo maior (episódio único ou recorrente), transtorno depressivo persistente, transtorno disruptivo da desregulação do humor e transtorno dismórfico pré-menstrual. Considera-se que um episódio depressivo tem no mínimo 15 dias e que envolve características como insônia terminal, piora matutina, perda do apetite, culpa excessiva, anedonia e perda da reatividade com o ambiente. Dessa forma, o objetivo do presente estudo pauta-se em descrever a importância da entrevista na elaboração do exame psíquico de pacientes das clínicas psiquiátricas. Como metodologia fez-se o estudo de caso da paciente Ana (nome fictício) de 52 anos, funcionária pública, solteira, internada há um mês e um dia, com queixa inicial de estar nervosa e não dormir direito, devido à preocupação com o filho mais velho, o qual é usuário de drogas. Utilizou-se como instrumento a entrevista clínica com a finalidade anamnéstica e diagnóstica. Investigou-se a queixa e aspectos da sua história de vida, observou-se suas reações emocionais e físicas durante a entrevista e posteriormente com os dados do seu prontuário, montou-se um exame psíquico para descrever as funções mentais averiguadas dentro da normalidade ou não. Mediante os dados, realizou-se o diagnóstico descritivo e baseando nos relatos da paciente, ao dizer que se sente triste, com um vazio dentro de si, não havendo nada além de tristeza, percebe-se que a paciente tem um rebaixamento do humor decorrente do rebaixamento dos sentimentos vitais. Depreende-se que ela apresenta um transtorno do humor, mais especificamente, um transtorno depressivo com sintomas psicóticos, que se instalou posteriormente a realização de uma cirurgia bariátrica. O diagnóstico se configura dessa forma, pois após a cirurgia, a paciente começou a apresentar uma série de alterações como episódios depressivos graves e sintomas psicóticos: alucinações e delírio, realizando três tentativas de suicídio. Levou-se em consideração o diagnóstico dinâmico, ou seja, fatores predisponentes, desencadeantes e agravantes. Fez-se também o prognóstico com os aspectos de diagnóstico ruim e melhor de acordo com a história de vida da paciente e por fim o plano terapêutico, com o objetivo de traçar as possíveis intervenções que possam ajudar no seu tratamento. Sendo assim pode-se concluir a relevância do trabalho, vislumbrando as possibilidades de atuação do psicólogo neste contexto de saúde mental, onde o qual elabora estratégias terapêuticas, como: psicoterapia individual, psicoterapia grupal, terapia informativa aos familiares e psicoeducação. Considerando que no contexto de saúde, o psicólogo atua com o paciente, família e equipe, atendendo-os na sua integralidade para a criação de melhores recursos de tratamento.
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1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.2 Saúde Mental do Paciente, Família e Equipe
Pontifícia Universidade Católica de Goiás - Goiás - Brasil
Lays Fernanda de Paula Resende, Alanna Bernardes da Silva, Shayenne Campos De Oliveira, Sarah Cassimiro Marques