11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Terapia Familiar à domicílio

Resumo

Introdução: A prática de atendimento a domicílio vem se consolidando no Brasil a exemplo de outros países, abrangendo diversos segmentos da área da saúde, como enfermagem, fisioterapia, nutrição e medicina. Para a psicologia, em específico, possibilita uma percepção direta do ambiente material e relacional. Apesar das alterações que a presença do observador tem sobre o objeto observado, o psicólogo em domicílio possui um acesso a dados relevantes e muitas vezes difíceis de serem percebidos em consultório, já que as interações familiares, supostamente, são mais espontâneas e menos inibidas quando vividas no domicílio. A escassez de material teórico sobre o tema levou a pesquisa ao campo prático. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa exploratória qualitativa, com característica descritiva tanto no processo de obtenção de dados, quanto nos resultados (GODOY, 1995). A coleta de dados foi realizada com profissionais da psicologia da cidade de Curitiba, atendendo aos critérios de inclusão de experiência prática em atendimento domiciliar e formação acadêmica superior a cinco anos. Foram utilizados questionários semiestruturados, contendo questões relacionadas à prática da psicologia em domicílio de pacientes, enviado por e-mail ou de forma presencial. Para os resultados foi utilizada a análise de conteúdo com base em Bardin (1995). Resultados e discussão: A principal linha teórica adotada pelos profissionais questionados é a Sistêmica, mas também colaboraram com a pesquisa psicólogos comportamentais, humano-existencialistas, analíticos, psicodramatistas, entre outros que seguem mais de uma das linhas citadas. Quanto aos tipos de atendimentos realizados em domicílio, os mais frequentes em ordem decrescente, são: psicoterapia individual, familiar, acompanhamentos terapêuticos, cuidados paliativos e por último, acompanhamentos pós-cirúrgicos. Os motivos que tornaram o atendimento necessariamente domiciliar abrangem impossibilidades de locomoção física e transtornos psíquicos que impedem a locomoção. Entre os fatores positivos estão: conforto; segurança (principalmente para pacientes com transtornos mentais); menor risco de interrupção do processo terapêutico em momentos críticos para o paciente; visão mais clara sobre as relações entre paciente, familiares e condições ambientais, ampliando a percepção da ressonância da doença sobre todos os envolvidos; possibilidade da ocorrência de determinados comportamentos e consequências desejadas em contextos onde havia dificuldade; possibilidade de atender o paciente no leito de morte e incluir os familiares no processo de despedida; e possibilidade de perceber fatores que o próprio paciente omite ou desconhece. Como influência negativa, foi citada a falta de sigilo. Na opinião da grande maioria dos psicólogos pesquisados, desde que haja a disponibilidade do terapeuta, respeito às questões éticas, estabelecimento do contrato e dos objetivos da terapia, não existe nenhuma contraindicação para este tipo de atendimento. Quando questionados se os objetivos do atendimento foram atingidos, os pesquisados foram unânimes respondendo que sim. Os resultados da pesquisa apontam o predomínio de vantagens neste tipo de intervenção, observadas por profissionais com prática na área, pela possibilidade de melhor coleta de informações sobre a rede relacional do paciente em questão, a possibilidade de intervir diretamente com os familiares envolvidos com a problemática do paciente e a devida orientação preventiva de cuidadores quando este é o caso.

Referências Bibliográficas

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1995.
GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas. São Paulo: v.35, n.2, p. 57-63, Mar./Abr.1995. disponível em: . Acessado em: 19 Mar. 2012.

Área

1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.2 Saúde Mental do Paciente, Família e Equipe

Autores

RENATE BRIGITTE MICHEL, ELEONORA APOLO, GABRIELE SERUR, Larissa Priscila de OLIVEIRA