Estratégias de comunicação e interação interdisciplinar em Oncologia. Relato de Experiência em uma clínica particular de oncologia em Salvador-BA.
Introdução: Nas últimas décadas, pode-se observar na área da Oncologia uma preocupação crescente em relação aos aspectos biopsicossociais e espirituais envolvidos no adoecimento e tratamento do paciente com câncer. Com o objetivo de suprir essas diferentes demandas e necessidades, prevenir os agravos relacionados à doença e ao tratamento, bem como promover saúde e qualidade de vida aos pacientes, vem se verificando a integração de profissionais da equipe multidisciplinar (nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, etc) à equipe médica. Busca-se continuamente a construção de novas abordagens que auxiliem a equipe a obter uma melhor compreensão dos casos clínicos e a comunicar-se de forma mais efetiva, promovendo, dessa forma, uma maior qualidade na assistência. Objetivos: Relatar o processo de implementação de novas rotinas da equipe multidisciplinar em uma clinica de oncologia em Salvador-BA e abordar em que medida essas mudanças repercutiram positivamente na forma de comunicação da equipe e na qualidade da assistência ao paciente oncológico. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de um trabalho realizado numa clinica de oncologia, o qual implementou para a equipe multidisciplinar novas rotinas de acompanhamento ao paciente a partir da instituição de consultas de admissão com cada especialidade e reuniões para discussão sistemática de casos. Resultados: Foi instituído um fluxo de atendimento, em que todo paciente que iniciasse quimioterapia passaria por consultas de admissão com as especialidades de enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição e psicologia. Nessas consultas eram fornecidas orientações e obtidas informações sobre as varias dimensões da sua patologia e do tratamento. Em seguida, todos os casos atendidos eram discutidos em reunião multidisciplinar semanal com duração de 1hora, com a participação de um profissional médico, nas quais eram identificadas as demandas e necessidades de cada paciente, os riscos associados a cada especialidade e, em conjunto, era traçado um plano terapêutico individualizado de acompanhamento. Discussão: Pode-se verificar a implementação de novas rotinas, as quais favoreceram o aprendizado e reconhecimento da importância e função de cada profissional da equipe multidisciplinar; a comunicação e troca de saberes entre as diferentes especialidades; a identificação de necessidades dos pacientes de forma mais precoce; diminuição nas lacunas e equívocos nas informações transmitidas para os pacientes nos atendimentos de admissão, promovendo, em ultima instância, uma maior integralidade das ações da equipe multidisciplinar e maior qualidade na assistência ao paciente. Conclusões: Apesar das conquistas já alcançadas em relação à inserção de novos especialistas nas equipes de oncologia, ainda se apresenta como um desafio a maneira como esses saberes dialogam entre si, tendo em vista o que ainda se observa em muitos serviços de saúde, nos quais há um somatório de saberes desconectados e uma interação superficial da equipe, refletindo em um cuidado frágil e fragmentado. Esses aspectos relacionados à comunicação em saúde merecem maior aprofundamento teórico-prático, objetivando prestar uma assistência de maior qualidade aos pacientes.
2. Universalidade, Equidade e Integralidade em Saúde - 2.2 Interdisciplinaridade na Formação e Atuação Profissional
Clion - Clinica de Oncologia - Bahia - Brasil
Mariana Rocha Cordeiro