11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Repercussões psicossociais do tratamento hemodialítico em crianças e adolescentes

Resumo

Introdução: A doença renal crônica (DRC) é definida através da presença de lesões renais parenquimatosas, de etiologia diversificada que promovem perda progressiva e irreversível da função renal. O tratamento da DRC deve ser pautado no tratamento nefrológico com equipe interdisciplinar e na implementação de medidas capazes de preservar a função renal nos estágios iniciais da doença. Tais medidas são necessárias para que o paciente tenha chances de sobrevida e índices de qualidade de vida maiores e de morbimortalidade menores. Quando o paciente evolui para estágios mais avançados da doença, são preconizadas terapias renais substitutivas como a hemodiálise, a diálise peritoneal e o transplante renal. Objetivo: Compreender as repercussões psicossociais em crianças e adolescentes portadores de DRC em hemodiálise. Método: Trata-se de um estudo qualitativo realizado no Serviço de Nefrologia Pediátrica do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), em Recife/Pernambuco. Foi utilizada uma entrevista semiestruturada composta por seis perguntas e a coleta de dados foi realizada durante as sessões hemodialíticas após a assinatura do termo de assentimento pelo paciente e do termo de consentimento livre e esclarecido por seu responsável. As entrevistas foram transcritas e os dados foram analisados de acordo com a utilização da análise de conteúdo. Resultados: Participaram do estudo cinco pacientes com faixa etária entre 09 e 13 anos. Foram evidenciados temas que envolvem conhecimentos sobre a doença e seu tratamento, mudanças decorrentes da DRC como restrições alimentares, limitações físicas e repercussões psicossociais como dificuldades de interação social com outras crianças e alterações na dinâmica familiar. Discussão: Os pacientes relataram sentimentos ambivalentes relacionados ao tratamento, apontando aspectos negativos: restrições físicas e alimentares impostas e aspectos positivos tais como: o convívio quase diário com profissionais e outras crianças. Relataram que sentem falta da rotina escolar, do convívio com amigos e familiares e termos técnicos tais como: pressão alta, hemodiálise, “diálise na barriga”, ureia e cateter. Considerações finais: Do ponto de vista psicológico, portanto, a DRC não proporciona apenas impactos somáticos, mas também impactos psíquicos e sociais justificados pelo excessivo período e pela frequência de hospitalizações quando o paciente já se encontra com doença renal em estágio avançado (DREA). Tais aspectos devem ser considerados na avaliação da qualidade de vida e da saúde mental dos pacientes e dos familiares, devido às repercussões na vida dos mesmos.

Referências Bibliográficas

Área

1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.5 Doença Crônica e Dor ao longo do Ciclo da Vida

Instituições

Faculdade Pernambucana de Saúde - Pernambuco - Brasil

Autores

Juliana Ramalho Fernandes, Juliana Laís Pinto Ferreira, Leopoldo Nelson Fernandes Barbosa