A escuta do/a psicólogo/a sob a perspectiva da clínica ampliada: relato de experiência
As Residências Multiprofissionais e em Área Profissional de Saúde são regulamentadas pela Lei nº 11.129/2005, na qual rege a formação para o Sistema Único de Saúde, através de seus princípios e diretrizes, compreendendo as necessidades especificas de cada região e população. A Política Nacional de Humanização tem como uma de suas diretrizes a clínica ampliada, tendo como objetivo qualificar as ações em saúde. Tal diretriz considera a participação ativa do/a usuário/a (pacientes, familiares e/ou responsáveis) em conjunto com os/as profissionais de saúde, o que configura a co-responsabilização do usuário/a dentro de seu processo, para assim construir de forma integrada o Plano Terapêutico Singular. A partir disso, o trabalho das residentes de Psicologia no âmbito hospitalar justifica-se, pois, o adoecimento e a hospitalização são fontes de desorganização psíquica. Quando se trata de um paciente pediátrico ou adolescente, identifica-se que a internação pode provocar experiência emocionais intensas no paciente e no seu núcleo familiar. Sendo assim, a escuta especializada do/a psicólogo/a auxilia no processo de empoderando do/a usuário/a além de auxiliar no enfrentamento do seu processo de hospitalização, considerando a subjetividade, história de vida e aspectos biopsicossociais-espiritual. Este trabalho tem como objetivo descrever a importância do papel da Psicologia na equipe multidisciplinar frente a perspectiva da clínica ampliada. A partir de um relato de experiência das residentes de psicologia do Programa de Residência Multiprofissional e em Área Profissional de Saúde com ênfase em Saúde da Criança e do Adolescente em um hospital universitário na região sul do Brasil. Tendo em vista o sofrimento causado pela hospitalização nota-se a importância dos/as profissionais atuarem frente às adversidades encontradas no hospital geral de forma integrada e humanizada. Em nossa experiência, construímos com os demais residentes multiprofissionais uma equipe integrada que trabalha de forma colaborativa, dividindo e construindo saberes. Dessa forma, busca-se aproximar os/as usuários/as da equipe, proporcionando espaço de escuta, validando seus saberes e consequentemente tornando-os responsáveis e empoderados de seu processo. Sendo assim, percebe-se que intervenções adotadas neste sentido proporcionam melhor adaptação dos/as pacientes e seu fortalecimento frente as vicissitudes oriundas do processo de hospitalização. Concomitantemente, fortalecem cuidadores para enfrentamento desta etapa, além de facilitar a atuação das equipes multidisciplinares envolvidas na atenção à saúde dos/as usuários/as. Diante deste contexto, conclui-se que é de extrema importância a escuta empática, além de um olhar apurado da Psicologia às manifestações emocionais e comportamentais suscitadas pela criança, adolescente e familiares ao longo da hospitalização. Sendo também fundamental a unificação e a discussão dos casos com os demais membros da equipe, ampliando a comunicação, pois a clínica ampliada já está intrínseca dentro do fazer do/a psicólogo/a, proporcionando assistência humanizada e de qualidade aos/às usuários/as.
5. Novas Tecnologias, Gestão e Formação em Psicologia Hospitalar e da Saúde - 5.3 Residência Multiprofissional
Hospital São Lucas da PUCRS - Rio Grande do Sul - Brasil
Victoria Noremberg Bitencourt, Fernanda de Carvalho Canete, Natalie Faria Valenti