11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

A intervenção assistida por animais como estratégia de cuidados paliativos

Resumo

Os animais tem desempenhado um papel relevante na vida dos seres humanos. A intervenção assistida por animais (IAA) com fins terapêuticos difere das interações comuns, pela particularidade de combinar as necessidades de um paciente com o animal mais adequado para atende-lo. É um trabalho que envolve paciente, terapeuta e um animal como coterapeuta, buscando obter distintos resultados terapêuticos: melhorias no funcionamento físico, social, emocional e cognitivo do paciente (BRAUN et al., 2009).
Braun et al. (2009) diz que as intervenções demonstram ser um complemento em diversos âmbitos de cuidados, incluindo na saúde mental, casas de repouso, hospitais, etc. Estudos demonstram que a companhia de animais de estimação nos cuidados paliativos é uma prática valiosa, porém, ainda muito limitada. Segundo McCardle et al., “no ambiente hospitalar o aspecto do cuidado paliativo com doenças crônicas ou que coloquem em risco a vida, tem um enorme valor, essas doenças geralmente tem um impacto enorme na qualidade de vida do indivíduo.” (2013, p. 143).
Segundo a Academia Nacional de Cuidados Paliativos, estas práticas são compreendidas como estratégias de alívio da dor e outros sintomas físicos, atenção a sofrimentos psicossociais e o apoio à família até a fase do luto. Geisler (2004) acrescenta que muitas vezes as pessoas que estão no final da vida defrontam-se com isolamento social e solidão devido a sua falta de mobilidade e desconforto com a própria morte.
Os indivíduos apresentam tanto sintomas físicos quanto psicológicos, de enfrentamento da realidade, carência de apoio social, medo da morte, luto referente a perdas, preocupações com o sentido da vida, etc. Para que exista um alívio desse sofrimento, a equipe toda deve prestar assistência, principalmente os integrantes que não usufruam de abordagens farmacológicas (McCardle el al., 2013).
A IAA também contribui no auxílio de crianças que enfrentam a vivência de doenças graves ou a morte de um dos pais. Segundo Geisler, as crianças tendem a confiarem mais em um animal de estimação do que em uma pessoa, sendo a sua companhia fonte significativa de afeto em um momento que é necessário amor e tranquilidade (2004).
Braun et al. (2009) afirma que existem fortes evidências de que a IAA associada a cuidados paliativos pode ser um método eficaz de redução da dor em crianças. O autor apresenta estudos nos quais se demonstra que a redução da dor em crianças submetidas a IAA foi quatro vezes maior em comparação aquelas que foram submetidas a técnicas de relaxamento durante 15 minutos.
Os animais de estimação ajudam a manter uma rotina em um período onde estas costumam estar desorganizadas. Além disso, os animais funcionam como mediadores da conversa entre seres humanos. E ainda, o cuidado com o animal faz com que as crianças se sintam valorizadas, por serem capazes de cuidar de um outro ser. Portanto, podemos considerar que os animais de companhia podem auxiliar em diversas situações dentro do âmbito dos cuidados paliativos, auxiliando na comunicação, na elaboração do luto e na revisão dos valores da vida (GEISLER, 2004).

Referências Bibliográficas

BRAUN, C.; STANGLER, T.; NARVESON, J.; PETTINGELL, S. Animal-assisted therapy as a pain relief intervention for children. Complementary Therapies in Clinical Practice. v. 15, p. 105–109, 2009.

GEISLER, A. M. Companion animals in palliative care: stories from the bedside. American Journal of Hospice & Palliative Medicine. v. 21, n. 4, p. 285-288, 2004.

McCARDLE, P.; McCUNE, S.; GRIFFIN, J. A.; ESPOSITO, L.; FREUND, L. S. Os animais em nossa vida: família, comunidade e ambientes terapêuticos. Tradução Mônica Saddy Martins. Campinas, SP: Papirus, 2013.

McCARDLE, P.; McCUNE, S.; NETTING, F. E.; BERGER, A.; MAHOLMES, V. Ser humano e animal em interação terapêutica: Visão geral. In: McCARDLE, P.; McCUNE, S.; GRIFFIN, J. A.; ESPOSITO, L.; FREUND, L. S. Os animais em nossa vida: família, comunidade e ambientes terapêuticos. Tradução Mônica Saddy Martins. Campinas, SP: Papirus, 2013.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Disponível em: <http://www.paliativo.org.br/noticias/tag/organizacao-mundial-da-saude/>. Acesso em: 24 de abr. 2017.

Área

4. Modelos de Prevenção e Promoção da Saúde em Diferentes Contextos - 4.4. Terapia assistida por animais

Autores

Anelice Parmeggiani Belin, Robert Filipe Dos Passos