11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

A IMPORTÂNCIA DE UM OLHAR HUMANIZADO E A ATENÇÃO AOS DETALHES: O DITO PELO NÃO DITO

Resumo

Introdução: Este estudo discute a importância do olhar humanizado pela vertente do detalhe. Quando nos predispomos a cuidar do outro devemos ampliar nosso olhar sem menosprezarmos as particularidades e miudezas de cada paciente. F.M, sexo feminino, 22 anos, traqueostomizada e dependente de ventilação mecânica contínua, portadora de paralisia de membros inferiores e semiparalisia de membros superiores, com diagnóstico de Distrofia Muscular Progressiva, mantém preservado somente o movimento do dedo indicador da mão esquerda. Desenvolvimento cognitivo mantido, lê e conversa normalmente, além de ser muito ativa nas redes sociais. Psicóloga hospitalar que a atende em home care, passa a acompanha-la, para além dos atendimentos presenciais, isto é, passa a acompanhar sua comunicação pelas redes sociais, e descobre falas de muita dor sobre sua condição clínica. Ao tomar ciência do quadro, psicóloga leva ao conhecimento da equipe, que por sua vez, passa a encorajar a paciente e promover maiores demonstrações de afeto, ajudando-a a transpor as barreiras da angústia. Objetivos: Demonstrar a importância do olhar humanizado, da escuta apurada, da atenção aos detalhes, e do trabalho em equipe. Metodologia: Estudo de Caso com abordagem qualitativa de natureza empírica. Resultado: A paciente ao entender que foi percebida e ‘lida’ pela equipe que a assistia, permitiu-se abrir-se mais a equipe e dizer de sua condição. Discussão de Resultados: Ao apurar seu olhar e captar mediante a uma nova ferramenta a subjetividade de sua paciente, a psicóloga foi capaz de expandir sua atuação, e enxergar para além do que se manifestava à sua frente. Ao perceber a angustia da mesma, e buscar o dito (rede sociais) pelo não dito (presencial), a profissional demonstra investigar para além da fala da paciente, que apesar de denunciar sua tristeza, não dava densidade a sua dor. A paciente ao sentir-se acolhida e amparada por toda equipe desvela novas possibilidades de ressignificações e demonstra melhora progressiva. Conclusão: A psicóloga com sua sensibilidade conseguiu sintonizar-se com o sofrimento da paciente e com um olhar a mais captou o dito após o não dito. Em um atividade interdisciplinar, e buscando cada vez mais humanizar a internação domiciliar, foi possível iniciar um trabalho de fortalecimento psíquico e reestruturação egoica da paciente.
Palavras Chave: humanização, trabalho em equipe, atendimento domiciliar, internação domiciliar.

Referências Bibliográficas

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SLUKZI, C . A rede social na prática sistêmica. Trad. BERLINER, Claudia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. Pp. 67-84.Disponível em : <http://www.uff.br/tcs2/images/stories/Rede_Social/Sluzk_1997.pdf> . Acesso em: 28 Abr. 17.

Área

4. Modelos de Prevenção e Promoção da Saúde em Diferentes Contextos - 4.3. Humanização

Instituições

Universidade Veiga de Almeida - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Vanessa Travassos Ribeiro Santos, Bruno Macedo Farias, Michelle Lavigne Menezes, Gabrielle Francia Pádua Pinto, Taiane Cassia Raposo Souza