Título

O PSICÓLOGO NAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES DO ESTADO DO TOCANTINS

Resumo

A prática da Psicologia Hospitalar é reconhecida como especialidade através da resolução nº 014/2000 (CFP, 2000). A inserção dos psicólogos nos hospitais dos diversos Estados brasileiros tem ocorrido de maneira específica e peculiar. No Tocantins, essa inclusão tem se dado de maneira expressiva, porém não foram encontrados estudos que demonstrassem as características dessa representação. Diante disso, a Comissão Especial de Psicologia Hospitalar do Conselho Regional de Psicologia, 23ª região, realizou um levantamento dos psicólogos atuantes nos hospitais do Tocantins. O presente estudo objetivou realizar uma breve caracterização dos psicólogos que atuam nos hospitais públicos do Tocantins, buscando conhecer aspectos relacionados à quantidade de psicólogos, vínculo contratual, carga horária e áreas/setores de atuação. Para isso, foi realizado um levantamento quantitativo das variáveis acima apontadas, entre maio a outubro de 2016, através de escalas dos serviços de Psicologia dos hospitais, constantes no sítio eletrônico da Secretaria Estadual de Saúde (www.saude.to.gov.br/escalas). Este estudo configura-se como uma pesquisa documental de caráter quantitativo, sendo considerados apenas os hospitais públicos, excetuando-se hospitais psiquiátricos e privados. Os dados da pesquisa são de domínio público, não sendo necessária a submissão da pesquisa ao comitê de ética em pesquisa (BRASIL, 2016). Identificou-se 151 psicólogos atuando em 17 dos 19 hospitais estaduais, sendo 130 concursados e 21 contratados. A carga horária de todos é de 180 horas/mensais, porém a lei estadual nº 2.320/2010 reduz para 120 horas/mensais. Quanto às áreas de atuação, foram apontados os seguintes setores: unidades de internação, unidades de terapia intensiva, urgências, emergências, ambulatórios, dentre outros serviços, como o de violência, oncologia, saúde do trabalhador, humanização, brinquedoteca, rede cegonha, núcleo de educação permanente. O psicólogo encontra-se presente em 89,4% das instituições hospitalares tocantinenses, o que comprova a crescente inserção da Psicologia na rede hospitalar estadual. Dos hospitais estudados, doze não especificam suas escalas por setor, sendo que estes correspondem aos hospitais de pequeno porte do Estado. Nesses casos, os psicólogos do serviço (27,15%) atuam em todos os setores. Corroborando com Sá et. al. (2005) que afirmam que a forma mais frequente de admissão se dá por meio de concurso público, 86,09% são concursados e 13,91 % são contratados. Dos 1065 psicólogos ativos no CRP/23, 14,17% atuam nas instituições públicas hospitalares, totalizando 151 psicólogos. Destes, 25,16% atuam em pronto socorro, 22,51% estão nos setores dos hospitais maternos, 19,20% nas unidades de internação, 7,28% nos serviços de violência, 6,62% nas unidades de terapia intensiva e apenas 1,98% em ambulatórios. Almeida e Malagris (2015) apresentam dados diferentes, onde os psicólogos de hospitais gerais centralizavam suas atividades em ambulatórios, enfermarias e unidades de terapia intensiva, e estavam pouco presentes nas emergências. Constatou-se então a crescente inserção dos psicólogos em hospitais no Tocantins, representando alta cobertura dos serviços psicológicos nestas instituições. A atuação não se restringe a setores ambulatoriais, demonstrando a capilaridade e potencialidade da atuação desses profissionais nas instituições.

Referências Bibliográficas

Conselho Federal de Psicologia. Resolução CFP n.º 014/00 de 20 de dezembro de 2000. Retirado de: http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2006/01/resolucao2000_14.pdf, 2000.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução Nº 510, de 07 de Abril de 2016.

SA, Adriana Karla Jeronimo Marques de et al . Psicólogo hospitalar da cidade de Recife - PE formação e atuação. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 25, n. 3, p. 384-397, 2005. Acesso em 28 Abr. 2017.

Almeida, R. A. & Malagris, L. E. N. Psicólogo da Saúde no Hospital Geral: um Estudo sobre a Atividade e a Formação do Psicólogo Hospitalar no Brasil. In: Psicologia: Ciência e Profissão, 35(3), 754-767, 2015.