11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

DESAFIOS NA INCLUSÃO REAL DO PACIENTE PSIQUIÁTRICO NO HOSPITAL GERAL

Resumo

A partir da Reforma psiquiátrica, várias mudanças no campo da saúde mental têm ocorrido, dentre elas a hospitalização de paciente psiquiátrico em hospital geral. No entanto, a concepção da loucura ainda segue os modelos manicomiais (Carvalho e Lins, 2015) e os profissionais da saúde, apesar de demonstrarem aprovação com o novo modelo de assistência em Saúde Mental, demonstram dificuldades em compreender que este paciente pertence ao hospital geral. A psicologia tem se mostrado fundamental no processo de mediação, espaço de escuta e psicoeducação tanto de pacientes, quanto familiares e equipe. O objetivo desse trabalho é apresentar as intervenções realizadas por estagiárias de psicologia que realizam suas atividades curriculares em um hospital público da região do Vale do Sinos, com o foco na tríade paciente-família-equipe. Os grupos são realizados em dois momentos: o primeiro acontece com os familiares/cuidadores, quando os pacientes psiquiátricos estão em atividade com a Arteterapeuta e outro momento realiza-se somente com os pacientes, com duração de 30 a 40 minutos e frequência semanal. Os grupos oferecem um espaço de apoio e troca onde os participantes são estimulados a falar de seus sentimentos acerca do momento vivido, bem como as formas de enfrentamento da doença e do preconceito e quando são ventiladas as perspectivas futuras com relação a condição de saúde tanto dos pacientes quanto de seus familiares. Além disso, buscar desmistificar concepções sobre o tratamento do paciente com demanda de saúde mental, esclarecendo questões que dizem respeito ao adoecimento e ao processo de tratamento específico deste indivíduo. Para Bechelli e Santos (2004), grupos com pacientes passando pelas mesmas condições contribuem na identificação, desse modo oferecendo o apoio e reduzindo o isolamento social. Por outro lado, percebe-se resistência da parte da equipe de saúde no sentido de aderir aos espaços propostos pela psicologia na reflexão sobre o seu fazer com os pacientes. Observa-se com frequência uma certa intolerância por parte da equipe que solicita diariamente inúmeros atendimentos individuais a esses pacientes e expressões que detonam um entendimento de que este paciente, de fato, não pertence ao hospital. Concluiu-se que os grupos demonstram um passo importante no tratamento e na inclusão do paciente com demanda de saúde mental. Os pacientes e familiares aderem aos grupos e se beneficiam dele, no entanto se identifica a necessidade de espaços de discussão sobre a loucura com membros da equipe a fim de romper as barreiras e estigmas ainda tão presentes e tão contraproducentes para todo o trabalho realizado.

Referências Bibliográficas



BECHELLI, Luiz Paulo de C.; SANTOS, Manoel Antônio dos. Psicoterapia de grupo: como surgiu e evoluiu. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto , v. 12, n. 2, p. 242-249, Apr. 2004 . Available from . acesso em 05 Abril. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692004000200014.
CARVALHO, Jhéssyca Dias de; LINS, Cristina Bastos Alves. Um Hospital Geral e suas concepções da loucura. Rev. latinoam. psicopatol. fundam., São Paulo , v. 18, n. 2, p. 383-393, June 2015 . Available from . acesso em 07 Abril. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2015v18n2p383.14.

Área

1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.2 Saúde Mental do Paciente, Família e Equipe

Instituições

Universidade Feevale - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Andreia Carolini Strack, Carmen Esther Rieth , Katiele NUNES, Luciana Maria Oliveira PIRES, Jessica Schuster WEIZENMANN