Título

Intervenções cognitivo-comportamentais no atendimento hospitalar: relato de experiência

Resumo

Introdução: A hospitalização tem o intuito de promover a recuperação, auxiliando no reestabelecimento da saúde e controlando os sintomas que prejudicam o bem-estar do paciente. Contudo, diante das diversas alterações, restrições e privações que são geradas na internação, podem surgir sentimentos confusos e contraditórios, como também desencadear diversificadas reações emocionais. Estudos têm apontado que mudanças psicológicas e comportamentais, além de apresentadas no período de hospitalização, também podem ser manifestadas após a alta hospitalar. Dessa forma, salienta-se a necessidade do desenvolvimento de intervenções preventivas visando minimizar as consequências advindas dessa situação. Objetivos: O presente trabalho tem por objetivo apresentar um relato de experiência, enquanto prática de estágio em Psicologia da Saúde, no atendimento a uma menina, 12 anos de idade, proveniente de intervenção cirúrgica, em Hospital privado, interior do Rio Grande do Sul. Método: As intervenções realizadas foram baseadas em técnicas cognitivo-comportamentais (TCC). Trata de uma abordagem breve, estruturada e focada no presente, visando a resolução de problemas e flexibilização de pensamentos e crenças disfuncionais, entendendo que as emoções e os comportamentos são influenciados pela forma como a pessoa interpreta os eventos. Foram realizados seis atendimentos, sendo dois na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, e quatro junto ao leito, na Unidade de Pediatria. Discussão dos Resultados: Para os primeiros atendimentos, foi utilizada a entrevista motivacional, como recurso, visando identificar os processos de mudanças, e principalmente, buscar entender a percepção da menina em relação a necessidade de hospitalização. Sua compreensão da realidade é fator relevante pois, envolve as reações frente a situação de hospitalização e doença. Diversas dificuldades psicológicas podem ser ocasionadas pela falta de explicação sobre o que está ocorrendo. Assim, foi utilizada a psicoeducação com o intuito de promover explicações sobre seu quadro clínico, informando sobre a necessidade dos procedimentos realizados e a importância da adesão ao tratamento. Dessa forma, foi dada atenção especial ao aspecto de comunicação, tendo sido importante esclarecer os fatos relacionados à internação. Buscaram-se palavras esclarecedoras, simples, claras e objetivas, levando em consideração sua faixa etária, possibilidade de compreensão e capacidade de entendimento. Salienta-se a relevância do estabelecimento de uma fortalecida aliança terapêutica, por meio da compreensão empática sobre as percepções e sentimentos da paciente, relacionados a vivência dessa hospitalização. Tal aliança foi estabelecida por meio do olhar empático, da atuação colaborativa e reforçada pela validação dos sentimentos. A paciente relatava ter muito medo e dor, apresentando-se bastante temerosa e reativa frente a equipe de saúde. Diante disso, foi utilizada a técnica do treinamento de habilidades sociais com o intuito de melhorar esta comunicação, promover comportamentos mais assertivos, auxiliando para que ela se tornasse responsável pelos cuidados de seu tratamento. Para auxiliar no medo e na dor, foi utilizada a técnica de relaxamento e respiração diafragmática. Considerações finais: A partir das intervenções realizadas, diante da compreensão da sua situação e de formas mais adaptativas para o enfrentamento da hospitalização, foi possível observar melhora gradual nos sintomas e reações da paciente.

Referências Bibliográficas

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