Título

Grupo de acolhimento aos familiares dos pacientes internados na UTI do Hospital Ferreira Macahdo

Resumo

INTRODUÇÃO
As pesquisas relacionadas ao tema apontam para a necessidade de se manter uma boa qualidade de comunicação entre paciente-família-equipe de saúde. Segundo Simonetti (2004, p.153), tudo é intenso na UTI e a tarefa básica do psicólogo consiste em “criar canais para o escoamento dessas intensidades por meio da palavra falada”. O autor ressalta também, que embora o foco do atendimento seja o paciente, o psicólogo escuta os familiares angustiados. A comunicação adequada possibilita esclarecimento de dúvidas e a humanização do atendimento. Um fator importante na prática dos grupos de acolhimento é a capacidade de interação propiciada pela inclusão de diferentes indivíduos nos encontros. As pessoas reunidas em torno de uma situação comum sentem-se imediatamente identificadas, compartilham angústias, limitações, preocupações, prevalecendo a troca afetiva, resultando em coesão e apoio que fornecem subsídios ao grupo para o enfrentamento da realidade. Por outro lado, cabe ao psicólogo lidar com as singularidades de cada situação, visto que cada caso é único e, portanto, requer intervenção específica.
OBJETIVOS
• Oferecer uma escuta ativa
• Esclarecer dúvidas e mal-entendidos sobre a rotina da UTI
• Fornecer orientações sobre a hospitalização
• Identificar as características do grupo familiar
• Intermediar a relação entre família e equipe de saúde
METODOLOGIA
Os grupos de acolhimento foram realizados no Hospital Ferreira Machado, no município de Campos dos Goytacazes, RJ. A unidade é um hospital público, com pronto socorro, enfermarias de suporte, UTIP e UTI. Além da equipe médica e de outras categorias, o serviço de psicologia atua com 16 psicólogos, entre plantonistas e diaristas, sendo dois da UTI. A UTI é composta por três “ilhas”, cada uma com 8 leitos, além dos 6 leitos da UI (Unidade Intermediária), totalizando 30 leitos. Cada paciente recebe diariamente 2 visitantes. Portanto, 60 familiares foram acolhidos semanalmente. Os grupos de acolhimento tiveram duração média de 40 minutos e a cada dia da semana, de segunda a quinta, os familiares de uma das ilhas eram recebidos, antes do início da visita, em um espaço do hospital próximo à UTI.
RESULTADOS
Este projeto pretendeu possibilitar a humanização do espaço hospitalar, oferecendo uma escuta que leve em conta o sujeito por trás de suas queixas, angústias e dúvidas. Além disso, o trabalho do psicólogo junto aos familiares, intermediando a relação destes com a equipe facilitou a comunicação, diminuindo os entraves presentes nesta relação, estabelecendo uma parceria importante no processo de hospitalização.
CONCLUSÕES
A Unidade de Terapia Intensiva é o local onde são internados pacientes em estado grave, que necessitam de cuidados médicos intensivos. A equipe de saúde, médicos e enfermeiros principalmente, preocupados em intervir rapidamente e a monitorar as questões clínicas privilegiam a dimensão biológica, cabendo ao psicólogo exercer a escuta, dando voz à subjetividade de cada um e intermediando a relação entre paciente-família e equipe. Percebe-se a necessidade fundamental do apoio de toda a equipe de saúde na realização dos grupos de acolhimento. Por outro lado, nos deparamos com a resistência desses profissionais em participar dessa atividade.

Referências Bibliográficas

1. SIMONETTI, A. Manual de Psicologia hospitalar: O mapa da doença.
São Paulo: Casa do psicólogo, 2004.
2. MARON, G. Grupos de recepção: Interrogando (n) os grupos. In: A clínica da recepção nos dispositivos de Saúde Mental. Cadernos IPUB n° 17. Rio de Janeiro: UFRJ/IPUB, 2000.
3. OLIVEIRA, R, C. A recepção em grupo no ambulatório do IPUB/UFRJ. In: A clínica da recepção nos dispositivos de Saúde Mental. Cadernos IPUB n° 17. Rio de Janeiro: UFRJ/IPUB, 2000.

Dados de autoria
1 Mestre em Ciências da Saúde e do Ambiente pela UNIPLI. Coordenadora e professora da Graduação em Psicologia da Universidade Estácio de Sá – campus Campos dos Goytacazes. Psicóloga da UTI do Hospital Ferreira Machado. Tel: (22) 998319205. E-mail: katiabarbosa.psi@gmail.com.
2Pós graduada em Terapia Cognitivo comportamental pela Universidade Estácio de Sá. Psicóloga da Prefeitura de São João da Barra. Psicóloga da UTI do Hospital Ferreira Machado. Tel: (22) 999576277. E-mail: shirleyscosta@yahoo.com.br