11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

O uso do Protocolo Spikes na prática de médicos oncologistas

Resumo

Comunicar uma má notícia, como o caso de um diagnóstico de câncer, é uma questão bastante complexa, exigindo preparo e sensibilidade do transmissor. Em 1992 foi criado o Protocolo Spikes, a fim de auxiliar médicos na transmissão de más noticias, bem como minimizar os possíveis danos causados por esta. Trata-se de um Protocolo composto por seis etapas: Setting up, Perception, Invitation, Knowledge, Emotions e Strategy and Summary, que visam, portanto, reduzir o estresse do paciente, bem como proporcionar o desenvolvimento e a manutenção do bom relacionamento entre médico, paciente e família. Tendo em vista que pesquisas ainda apontam dificuldades comunicacionais por parte dos médicos, e que o Protocolo Spikes foi elaborado, especialmente, para este fim, é que este estudo se propõe a analisar a utilização do referido Protocolo. Objetivando também, identificar como médicos têm transmitido as más notícias e as principais dificuldades sentidas. A pesquisa ocorreu com médicos oncologistas, no Centro de Oncologia de um hospital privado de Porto Alegre. Trata-se de um estudo qualitativo, transversal, no qual foi utilizado uma entrevista semiestruturada, as quais foram analisadas através da análise de conteúdo. Com a pesquisa, pode ser percebido que o Protocolo Spikes é pouco divulgado no meio médico, tornando-se então, pouco utilizado. Mesmo que a maioria dos profissionais entrevistados não conhecessem o Protocolo Spikes, ficou claro que utilizam-se de estratégias semelhantes às postuladas no mesmo. No entanto, chama atenção que nenhum deles citou um momento em que escutem as emoções do paciente, o que se assemelharia à etapa 5 do Protocolo, que é para abordar as emoções.
O fato de muitas das estratégias utilizadas por eles assemelharem-se às etapas do Protocolo Spikes, demonstra um certo conhecimento sobre o assunto, porém, não na forma sistematizada como o protocolo preconiza.O que parece ser um diferencial do Protocolo é também uma das maiores dificuldades dos médicos, a escuta das emoções dos pacientes.

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, A.O. Notícias inesperadas. Saúde Paulista, jul-dez., 2003. Disponível em: < http://www.unifesp.br/ comunicacao/sp/ed11/clinica.htm>. Acesso em: 26 jul. 2016.

BAILE, F. W. et al. SPIKES- A six step protocol for delivering bad news: Aplication to the patient with cancer. The Oncologist, Texas, v.5, n. 4, Ago. 2000. Disponível em: <http://theoncologist.alphamedpress.org/content/5/4/302.full.> Acesso em: 15 out. 2013.

BERGAMASCO, RB., ANGELO, M. O sofrimento de descobrir-se com câncer de mama: como o diagnóstico é experienciado pela mulher. Revista Brasileira de Cancerologia, São Paulo (SP), v.47, n.3, Jul, Ago, Set. 2001. Disponível em: < http://www.inca.gov.br/rbc/n_47/v03/artigo4.html >. Acesso em 25 jul. 2016.

BURLÁ, C., PY, Ligia. Peculiaridades da comunicação ao fim da vida de pacientes idosos. Revista Bioética, América do Norte, v. 13, n. 2, 2009.

CAMPOS, C. J. G. Método de análise de conteúdo: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo da saúde. Revista brasileira de enfermagem, Brasília, v. 57, n. 5, p. 611-614, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003471672004000500019&script=sci_abstract&tlng=pt.>. Acesso em: 20 out. 2013.

CAREGNATO, R. C. A.; MUTTI, R. Pesquisa qualitativa: análise de discurso versus análise de conteúdo. Texto & contexto - enfermagem, Florianópolis, v. 15, n.4, p. 679-684, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010407072006000400017&script=sci_abstract&tlng=pt.>. Acesso em: 28 out. 2013.

CERQUEIRA, Ana Teresa de Abreu Ramos. Habilidades de comunicação com pacientes e famílias. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 13, n. 29, p. 469-473, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832009000200018>. Acesso em 20 jul. 2013.

LEAL, Fátima. Transmissão de más notícias. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, v. 19, n. 1, p. 40-3, 2003. Disponível em: <http://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/download/9903/9641>. Acesso em: 09 jun. 2016

LIMA, M. A. D. S.; ALMEIDA, M. C. P.; LIMA, C. C. A utilização da observação participante e da entrevista semi-estruturada na pesquisa de enfermagem. Revista gaúcha de enfermagem, Porto Alegre, v. 20, n. especial, p. 130-142, 1999. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10183/23461>. Acesso em: 17 nov. 2014.

LINO, C. A. et al. Uso do Protocolo Spikes no ensino de habilidades em transmissão de más notícias. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v.35, n.1, Jan./Mar. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010055022011000100008&script=sci_arttext.>. Acesso em: 10 out. 2014.

MEDEIROS, Luciana Antonieta; LUSTOSA, Maria Alice. A difícil tarefa de falar sobre morte no hospital. Revista da SBPH, Belo Horizonte, v. 14, n. 2, p. 203-227, 2011. Disponível em:< http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582011000200013.>. Acesso em 30 jun.2016.

MENDES, A.M. & Linhares, N.J.R (1996). A prática do enfermeiro com pacientes da UTI: uma abordagem psicodinâmica. Rev. Bras. Enfermagem, Brasília, v.49, n.2, p.267-280. Disponível em: <http://www.reben.abennacional.org.br/exportar/2268/v49n2a11.pdf.>. Acesso em: 28 de jun. 2016

MOCHEL, E. G. et al. Os profissionais de saúde e a má notícia: estudo sobre a percepção da má notícia na ótica dos profissionais de saúde em São Luís/MA. Cadernos de Pesquisa, São Luís, v.17, n. 3, set/dez. 2010. Disponível em:< http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/view/281/202.>. Acesso em: 19 nov. 2013.

MORITZ, R.D. O efeito da informação sobre o comportamento dos profissionais da saúde diante da morte. Tese de Doutorado em Engenharia da Produção. Florianópolis: Programa de pós-graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, 2002. Disponível em: < https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/84198/186845.pdf?sequence=1>. Acesso em: 09 de jun. 2016

OLIVEIRA, V. Z. et al. Comunicação do diagnóstico: implicações no tratamento de adolescentes doentes crônicos. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 9, n. 1, Jan/Apr. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141373722004000100003&script=sci_arttext.> Acesso em: 08 ago. 2013.

PEREIRA, Maria Aurora Gonçalves. Má noticia em saúde: um olhar sobre as representações dos profissionais de saúde e cidadãos. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 14, n. 1, p. 33-7, 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/tce/v14n1/a04v14n1.pdf>. Acesso em 20 jun, 2016.

PINHEIRO, U. M. S. Más notícias em oncologia: O caminho da comunicação na perspectiva de médicos e enfermeiros. Dissertação de Mestrado em Ciências da Saúde. Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Maria, 2012.

SILVA, C. M. G. C. H. et al. Relação médico-paciente em oncologia: medos, angústias e habilidades comunicacionais de médicos na cidade de Fortaleza (CE). Ciência & saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p.1457-146, 2011.

SILVA, M.A.P.D, Silva ARB, Silva EM. Oncologia e ética: relações e aproximações. Rev Paul Enferm; São Paulo, v.20, n.1, 42-50; 2001.

SILVA, M.G.G. Doença terminal, perspectiva de morte: Um trabalho desafiador ao profissional de saúde que luta contra ela. Revista SBPH, Rio de Janeiro, 10 (2), p.43-51, 2007.

SILVA, V. C. E.; ZAGO, M. M. F. A revelação do diagnóstico de câncer para profissionais e pacientes. Revista brasileira de enfermagem, Brasília, v.58, n.4, Jul/Aug. 2005. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672005000400019&script=sci_arttext.>. Acesso em: 15 out. 2014.

TRAIBER, Cristiane; LAGO, Patrícia M. Comunicação de más notícias em pediatria. Boletim Científico de Pediatria, Porto Alegre, vol.1, n. 1, 2012.

TRIVINOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987

Área

2. Universalidade, Equidade e Integralidade em Saúde - 2.2 Interdisciplinaridade na Formação e Atuação Profissional

Autores

Tatiana Cristina Galli, Marília Aguiar