11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Grupo de Pais e Cuidadores de Crianças e Adolescentes no Serviço PAEFI - CREAS: Experiência de Projeto de Intervenção

Resumo

Dentre os problemas mais pungentes atuais no Brasil, estão as diversas formas de violências cometidas contra crianças e adolescentes. A Assistência Social, enquanto política pública, inclui a atenção à famílias com presença de formas de negligência, maus tratos e violência, através da proteção social especial. O uso de grupos como dispositivo técnico dentro do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) relaciona-se com a promoção e proteção dos direitos humanos aos indivíduos em situação possivelmente deflagrada de vínculos humanos. O presente projeto propôs a elaboração de um modelo de intervenção psicológica em grupo com pais ou responsáveis de crianças e adolescentes, os quais estivessem em acompanhamento no serviço PAEFI, operacionalizado no CREAS (Centro de Referência Especializado em Assistência Social). O trabalho com estes pais e cuidadores buscou fomentar a ressignificação das diversas formas de violência e das relações familiares. O estudo utilizou uma abordagem metodológica qualitativa, pois preocupou-se com os relatos dos sujeitos da pesquisa, ao seu conteúdo e significados. Os encontros contaram com a presença de quatro pais/mães/cuidadores e tiveram como termas norteadores as formas de violência e as relações entre adultos e crianças/adolescentes. A narrativa dos participantes revelou o caráter geracional da reprodução da violência intrafamiliar, penetrada pelas relações desiguais de gênero. Ainda que o grupo tenha sido destinado a pais e cuidadores (mãe, pais, avós, avôs, irmãos e à família estendida), constatou-se maior adesão de mulheres/mães no serviço (3 cuidadoras, 1 cuidador), reforçando as normas sociais-morais da mulher como responsável pelos cuidados dos filhos e da família. As violências exercidas contra as crianças e adolescentes foram por vezes utilizadas como métodos educativos, e, por vezes proferidas em momentos de 'descontrole'. Destacou-se a notável relevância de um local de acolhimento a estes pais, sendo estes atores ou não de violência contra crianças e adolescentes, de modo que possibilitassem também orientá-los, a fim de promover novas atitudes perante a infância e adolescência. O grupo como dispositivo técnico possibilitou um espaço de acolhimento e reflexão, o qual se caracterizou como uma estratégia de atenção sociofamiliar que visou novas referências afetivas e morais, em consonância com a Política Nacional de Assistência Social (BRASIL, 2004). A articulação intersetorial com outras políticas sociais, em particular, educação e saúde, possibilitou um acompanhamento integral dos pais e cuidadores.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Brasília: MDS/SNAS, 2004.

Área

4. Modelos de Prevenção e Promoção da Saúde em Diferentes Contextos - 4.1 Intervenções em Rede em Contextos de Violência

Instituições

Centro de Referência Especializado em Assistência Social - Santa Catarina - Brasil, Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

Morgana Martins de Medeiros, Giselle Maestri, Marcela Gomes de Andrade