Cuidados Paliativos na Insuficiência Renal Crônica: a atuação do psicólogo
INTRODUÇÃO
O termo Cuidados Paliativos (CP) foi definido pela OMS como assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento da dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. Portanto devem ser dirigidos para o conforto de todas as pessoas que apresentam uma doença crônica, independente do processo de terminalidade, com a finalidade de conviver com a doença de forma digna e com qualidade de vida.
Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia apontam o aumento do diagnóstico de insuficiência renal crônica atingindo 10% da população mundial, sendo essencial a inserção do Cuidado Paliativo na assistência e tendo o psicólogo importante papel no apoio a qualidade de vida do paciente, no suporte a família e à equipe multidisciplinar.
OBJETIVOS
Fomentar as discussões na equipe sobre os CPs
Contribuir para a escuta dos pacientes, valorizando sua autonomia
Promover o cuidado dos familiares
Promover qualidade de vida
Oferecer suporte aos pacientes para viverem o mais ativamente possível até sua morte
METODOLOGIA
Atendimento individual
Atendimento em grupo através de dinâmicas na sala de diálise
Realização da sala de espera com participação dos diferentes profissionais
Realização de reuniões com a equipe para suporte diante da rotina de cuidados
Os temas para as atividades são propostos pelos pacientes
Elaboração de eventos em datas comemorativas com palestras de pacientes, profissionais e alimentação adequada.
Contato telefônico com os familiares enlutados e convite para retorno a clínica
Pacientes e familiares são incentivados a participar do cuidado, conhecer as formas de diálise, discutir sobre expectativa e Qualidade de Vida
RESULTADOS
Melhora na comunicação entre equipe, familiares e pacientes
Valorização da autonomia
Adesão ao tratamento e aceitação da proximidade da morte
Os sintomas do paciente são avaliados rotineiramente através de consultas frequentes e intervenções ativas
Integração dos aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado
Qualidade de vida
DISCUSSÃO
Os CPs devem ser oferecidos concomitantemente aos cuidados curativos, pois proporcionam a escuta do paciente respeitando sua história e seus anseios promovendo uma forma de cuidar humanizada.
A dificuldade nessa assistência está relacionada a reformulação das políticas públicas e dos currículos dos cursos para que possam oferecer assistência digna para além da competência técnica profissional; a ausência dessa disciplina na formação dos profissionais e a relutância da sociedade em discutir a morte e a terminalidade.
CONCLUSÃO
Os CPs devem ser individualizados, atuando para aliviar o sofrimento físico, psicológico e existencial, já que a diálise não é curativa. A atuação conjunta da equipe otimiza as competências e o psicólogo tem um importante papel nessa assistência. É preciso incorporar as atuais discussões ao processo de cuidar da pessoa com IRC, o que implica em profissionais da saúde capazes de articular os CPs, não apenas ao processo de terminalidade dos sujeitos, mas ao cuidado à pessoa com doenças crônicas.
ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS. Critérios de qualidade para os cuidados paliativos no Brasil. Rio de Janeiro: Diagraphic, 2006.
GOMES, ANA LUISA ZANIBONI; OTHERO, MARÍLIA BENSE. Cuidados paliativos. Estud. av., São Paulo , v. 30, n. 88, p. 155-166, dez. 2016 . Disponível em
PORTAL BRASIL, com informações do Ministério da Saúde e da Agência Brasil. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2015/03/doenca-renal-cronica-atinge-10-da-populacao-mundial. Acesso em: 30 abr. 2017.
1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.8 Cuidados Paliativos
UNIDADE DE TERAPIA RENAL- PURA - Rio de Janeiro - Brasil
RAQUEL DE OLIVEIRA DIAS, Luciene Degli Esposti Tiradentes