O PAPEL DA REDE SOCIAL DE APOIO NO TRATAMENTO DE ADULTOS COM CÂNCER
O câncer tem sido considerado um problema de saúde pública, atingindo indivíduos de ambos os sexos, de todas as idades e classes sociais (SALCI; MARCON, 2011). Nesse sentido, uma das principais maneiras de enfrentamento da doença é a presença de uma rede social de apoio funcional (CAVINI; GASPAR, 2013). Compreende-se por rede social de apoio o conjunto de indivíduos e instituições com quem interagimos de maneira regular (SLUZKI, 1997), os quais podem favorecer a ajuda mútua e estimular, o dar e o receber apoio (RODRIGUES; FERREIRA, 2012). A presença de uma rede social de apoio funcional, em pacientes com câncer, aumenta a vontade de viver e a autoestima do indivíduo, o que pode contribuir para o sucesso do tratamento (ANDRADE; VAISTMAN, 2002). A pesquisa, qualitativa-exploratória, teve como objetivo caracterizar o papel da rede social de apoio de adultos com câncer. Participaram da pesquisa quatro mulheres, que se encontravam no período do pós-tratamento da doença e faziam parte de um grupo de apoio promovido pela Vigilância Sanitária, na Região das Hortênsias. Os instrumentos utilizados foram: entrevista semiestruturada e Mapa mínimo da rede social de apoio (SLUZKI, 1997), sendo respectivamente analisados, conforme Laville e Dione (1999) e categorias pré-definidas por Sluzki (1997). Os resultados apontam a família como a principal rede social de apoio das participantes. Com relação ao tamanho da rede, as participantes citaram de sete a 22 membros, porém, os dados possibilitaram observar que, apesar, das redes serem consideradas médias ou grandes, as mesmas não eram efetivas. As funções, da rede social de apoio, citadas foram: companhia social; guia cognitivo e conselhos; apoio emocional e; ajuda material e de serviço. Além disto, percebe-se que as redes sociais funcionais antes do diagnóstico conseguiram melhorar seus vínculos após a descoberta da doença, enquanto que, as disfuncionais, pioraram seus vínculos ou mantiveram seu padrão após o tratamento. Obteve-se como resultado que alguns indivíduos, apesar de indicarem a presença de uma rede social de apoio, não recebem apoio desta rede. Diante do exposto, mostra-se relevante o desenvolvimento de estudos sobre a temática do câncer, a fim de melhorar o tratamento e o apoio ao paciente. Especialmente, pois o conhecimento, sobre as redes sociais de apoio, favorece ações de promoção e prevenção da saúde, que podem repercutir positivamente, no impacto causado pela doença.
ANDRADE, Gabriela; VAITSMAN, Jeni. Apoio social e redes: conectando solidariedade e saúde. Ciência & saúde coletiva, Rio de Janeiro v.7, n.4. p.925-934, 2002. Disponível em: < http://www.scielosp.org/pdf/csc/v7n4/14615.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2016.
CAVINI, Juliana Maria Todescato Gomes; GASPAR, Karla Cristina. Dilemas emocionais dos familiares de pacientes com câncer. In: ANGERAMI-CAMON, Valdemar Augusto; GASPAR, Karla Cristina (Org.). Psicologia e Câncer. São Paulo: Caso do Psicólogo, 2013.
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
RODRIGUES, Juliana Stoppa Menezes; FERREIRA, Noeli Marchioro Liston Andrade. Estrutura e funcionalidade da rede de apoio social do adulto com câncer. Acta Paul Enferm, v.25, n.5, p.781-787, 2012. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n5/21.pdf>. Acesso em: 17 out. 2015.
SALCI, Maria Aparecida; MARCO, Sonia Silva. Enfrentamento do câncer em família. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v.20, p.178-186, 2011. Disponível em: < http://www.index-f.com/textocontexto/2011pdf/20s-178.pdf> Acesso em: 28 fev. 2016.
SLUZKI, Carlos E. A rede social na prática sistêmica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.
1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.2 Saúde Mental do Paciente, Família e Equipe
Faculdades Integradas de Taquara - FACCAT - Rio Grande do Sul - Brasil
Bárbara Albasini Bard, Débora Staub Cano