GESTÃO DE IMPLANTAÇÃO DO MÉTODO MÃE CANGURU EM MATERNIDADES PÚBLICAS
INTRODUÇÃO - O MMC é visto como um programa assistencial amplamente fortalecido e considerado pelo MS e sua Gestão da Saúde pública como um método eficaz e necessário garantindo os direitos da mulher de ter acesso efetivo a uma assistência de qualidade (DESLANDES, 2005). O presente estudo aborda os processos de implantação dos programas e das politicas de humanização que criaram o programa MMC, compreender dificuldades e facilidades deste método nas maternidades públicas e o impacto orçamentário na sua implantação. METODOLOGIA - Para os objetivos do estudo realizou-se revisão bibliográfica em sites específicos relacionados à gestão em saúde e o MMC. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - Programas e Diretrizes: PNH – Política Nacional de Humanização (Humaniza SUS) – Coloca em prática os princípios do SUS, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar. Norteado pelos princípios de transversalidade, indissociabilidade entre atenção e gestão, protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos (BRASIL, 2010); PHPN – Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento – criado pelo MS, tem como objetivo o resgate da atenção obstétrica integrada, qualificada e humanizada. Assistência ao pré-natal com maior adesão, resultados e melhor qualidade (BRASIL, 2016a, LAGO et al, 2004); Norma de Atenção Humanizada do RN de Baixo Peso – prioriza aperfeiçoar as novas adaptações para melhorar a eficiência e a eficácia da atenção (BRASIL 2016c); Método Mãe-Canguru – instituído pela Port/GM/693/2000, que a tornou política pública de saúde. O MMC tem como vantagens o aleitamento materno, controle térmico, diminui o estresse, dor e risco de infecção hospitalar. Para o MS demanda baixo custo durante sua implantação pelo gestor em função de haver orçamento disponível (NEVES et al, 2010; GOMES et al, 2013; SILVA et al, 2015b). Tabelas 01 e 02 demonstram o impacto orçamentário ao uso do MMC nas maternidades (ENTRIGER et al, 2013). RESULTADOS - Ressalta-se que o MMC não veio para substituir as tecnologias no setor saúde nas maternidades durante o processo de escolha entre alternativas de cuidar do RN que esteja internado com quadro clínico instável. Basicamente, capacitar os profissionais da equipe de saúde influenciará no bom andamento do método, que também dependerá da mãe e da família como suporte (LAMY, 2008). Os resultados tanto para a implementação quanto para o investimento contribuem para o gestor no momento decisório de instalar esta nova modalidade (MMC) no hospital/maternidade, pois, as dificuldades inerentes a custos repassados pelo governo não compreendem a disseminação da estratégia com mais divulgação e recursos humanos (SULTI et al, 2015). CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES - Os hospitais/maternidades necessitam receber total apoio durante a implantação desta nova modalidade assistencial. No entanto, apesar do baixo custo, necessita prever recursos para a sua adoção, avaliação e execução. Faz-se necessário uma atenção especial aos setores da saúde com maiores dificuldades de infraestrutura e capacitação. Além disto, os gestores dos 3 entes federativos precisam incentivar a disseminação desta modalidade e com isso reduzir gastos que podem ser implementados em outras estratégias de cuidados e prevenção da saúde.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. Formação e intervenção / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização. – Brasília, DF, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 569 de 01 junho de 2000. Disponível em:
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 1.683 de 12 julho de 2007. Disponível em:
DESLANDES, S. F. A ótica de gestores sobre a humanização da assistência nas maternidades municipais do Rio de Janeiro. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 615-626, 2005.
ENTRIGER, A. P.; PINTO, M. T.; MAGLUTA, C; GOMES, M. A. S. M. Impacto orçamentário da utilização do Método Canguru no cuidado neonatal. Revista Saúde Pública, 47 (5): 976 – 83. 2013.
GOMES, M. A. S. M.; ENTRIGER, A. P.; PINTO, M. T.; CAETANO, R; MAGLUTA, C.; LAMY, Z. C. Análise de custos da atenção hospitalar a recém-nascidos de risco: uma comparação entre Unidade Intermediária Convencional e Unidade Canguru. Cad. Saúde Pública, 29 (6): 1205 – 1216. 2013.
LAGO, T. D. G.; SERRUYA, S. J.; CECATTI, J. G. O panorama da atenção pré-natal no Brasil e o Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife , v. 4, n. 3, p. 269-279, Sept. 2004.
LAMY F. Grupo De Avaliação do Método Canguru et al. Avaliação dos resultados neonatais do método canguru no Brasil. J. Pediatr., Rio de Janeiro, vol.84, n.5, pp. 428-435. 2008
NEVES, P. N.; RAVELLI, A. P. X.; LEMOS J. R. D.. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo-peso (método Mãe Canguru): percepções de puérperas. Rev. Gaúcha Enferm. Porto Alegre, v. 31, n. 1, p. 48-54. 2010.
SILVA, L. J.; LEITE, J. L.; SCOCHI, C. G. S.; SILVA, L. R.; SILVA, T. P. Adesão das enfermeiras ao Método Canguru: subsídios para a gerência do cuidado de enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Rio de Janeiro, vol 1, pp 1-8. 2015b.
SULTI, A. D. C., et al. O discurso dos gestores da Estratégia Saúde da Família sobre a tomada de decisão na gestão em saúde: desafio para o Sistema Único de Saúde. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 39, n. 104, p. 172-182. 2015.
5. Novas Tecnologias, Gestão e Formação em Psicologia Hospitalar e da Saúde - 5.6 Produção Científica em Psicologia da Saúde e Hospitalar
Instituto Leônidas e Maria Deane/FIOCRUZ/AM - ILMD/FIOCRUZ/AM - Amazonas - Brasil
RAMUSA DOS SANTOS ALBARADO