Título

O IMPACTO DO DIAGNÓSTICO DE CÂNCER INFANTIL PARA OS ACOMPANHANTES

Resumo

O câncer refere-se a um grupo de doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células anormais. O câncer infantil representa a segunda causa de morte no Brasil e demanda um extenso tratamento, com possibilidade de longos internamentos, que o confere um caráter de doença crônica. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante o direito da permanência de um responsável, em tempo integral, durante o período de internação da criança ou adolescente. Assim, o acompanhante passa a conviver no ambiente hospitalar, acarretando em mudanças no seu cotidiano e na estrutura familiar. Diante do exposto, este estudo objetiva discutir as repercussões advindas do diagnóstico para os acompanhantes dos portadores de câncer infantil. A metodologia utilizada foi revisão sistemática da literatura realizada entre dezembro de 2016 e abril de 2017, por meio das bases de dados: PEPSIC, SCIELO E BVS-Psi, utilizando os descritores: câncer infantil, acompanhante, família e diagnóstico. Foram aplicados para os critérios de inclusão ao material encontrado: estar em língua portuguesa, ter sido publicado no período de quinze anos (2002 à 2017), e estudos que tenham como foco principal as repercussões para os acompanhantes dos portadores de câncer infantil. Foram excluídos os artigos que focavam na perspectiva biomédica do câncer. Com a análise desse estudo, foi possível reconhecer o impacto do diagnóstico de câncer infantil para a família, provocando mudanças de papéis e adaptações. O responsável pela criança ou adolescente com câncer fica exposto aos possíveis estressores causados pela tarefa do cuidar, como: questões sócioeconômicas, sócioafetivas e psicoeducativas. Tal exposição por um tempo prolongado pode acarretar efeitos danosos para a saúde do cuidador, como sobrecarga emocional, cansaço e falta de cuidados básicos como higiene e alimentação. Além disso, é comum o luto antecipatório desde o diagnóstico. A vivência deste luto abrange não só o medo da morte física, mas também as perdas e modificações geradas pelo adoecimento. Portanto, é possível perceber que o diagnóstico de câncer infantil afeta não só a criança e o adolescente, mas também sua família e a rede de apoio que o cercam, comprovando assim a importância de mais estudos na área, além da necessidade de prestar cuidado à esses cuidadores.

Palavras-chave: Câncer Infantil; Acompanhante; Família; Diagnóstico.

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