Título

PERFIL DE PACIENTES COM CÂNCER DE PULMÃO E PRINCIPAIS DEMANDAS AO SERVIÇO DE PSICOLOGIA DO SETOR DE PNEUMOLOGIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO UNIVERSITÁRIO EM BELÉM-Pa

Resumo

Este trabalho é fruto de levantamento feito entre outubro de 2015 a janeiro de 2016 referentes ao perfil de pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão, atendidos pela equipe de psicologia, em setor de pneumologia de um hospital universitário. O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% por ano na sua incidência mundial. Estimativas de novos casos de 2016 indicam 28.220, sendo 17.330 homens e 10.890 mulheres (INCA, 2015).O objetivo deste trabalho foi caracterizar a população de pacientes com câncer e as principais demandas para a psicologia, no setor de pneumologia do referido hospital, visto ser um setor que compõe cenário de prática para a formação de Residentes e estagiários de psicologia. Como metodologia realizou-se busca em prontuário multiprofissional para levantamento dos pacientes com câncer definido ou em investigação. Foram encontrados 26 pacientes, sendo 10 homens e 16 mulheres. O setor de pneumologia conta com 40 leitos para pacientes com as diversas doenças pulmonares, dentre estas, o câncer. Como resultados revelou-se que os pacientes em sua maioria eram idosos ou de meia idade. 25 pacientes tinham suporte familiar ao longo da internação, no entanto feito principalmente em condição de um único cuidador familiar, e um paciente tinha acompanhantes familiares eventuais, mas as relações eram conflituosas, devido histórico de alcoolismo e consequente dificuldade de manutenção de laços afetivos. As principais demandas psicológicas consistiram em suporte psicológico aos familiares e aos pacientes, sendo que aos primeiros ocorreram nas situações de cuidador com comprometimento do vínculo afetivo com paciente, também frente à possibilidade diagnóstica de câncer, visto que, os familiares eram os primeiros a serem comunicados pela equipe médica sobre a hipótese diagnóstica, e diante das situações de confirmação diagnóstica e prognóstico quando a maioria dos pacientes evoluiu ao óbito. As demandas psicológicas relacionadas aos pacientes foram suporte psicológico nas vivências do adoecimento e rotina hospitalar que promoveram dificuldades, limitações e mudanças, mobilizando alteração de humor com presença de angústia e ansiedade em níveis cambiantes ao longo do processo, também o momento da comunicação diagnóstica que suscitava fantasias e angústia pelo saber acerca da doença, além da vivência do luto, devido ser pacientes em estágio avançado de adoecimento com risco de morte. O encerramento do acompanhamento aos pacientes se deu por alta hospitalar de 07 pacientes; óbito de 19 pacientes. A cerca dos dados e da experiência vivida, destaca-se que a maioria dos pacientes inicia a internação já em estágio avançado de adoecimento e ao longo da internação as vivências corporais e emocionais se entrelaçam sendo expressas em experiências de sofrimento pelas percepções de agravamento clínico e morte próxima, mas também como possibilidade de ressignificação de vida e das relações afetivas tanto para pacientes como para os familiares. Considera-se assim que o estudo destaca a importância da psicologia na assistência a pacientes e familiares que vivenciam o adoecimento por câncer direta ou indiretamente, uma vez que, é um processo que envolve uma gama de sentimentos atravessados pelas construções de sentidos sobre vida e morte.

Referências Bibliográficas

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2015. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa-2016-v11.pdf.