11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

O acolhimento hospitalar: para além da técnica

Resumo

A vivência diária de situações tensas e conflitantes acompanha o familiar durante o período de hospitalização de seu ente querido. Um membro da família, quase sempre, se interna junto com o paciente. Os problemas, decorrentes desse momento de vida, repercutem diretamente em toda a dinâmica familiar e merecem especial atenção por parte do psicólogo. Essas famílias trazem diferentes representações a respeito da doença dos cuidados e das sequelas do seu paciente. Aspectos psicológicos reativos, resultantes da assistência diária, também podem afetar o relacionamento dos profissionais da saúde que lidam diariamente com esses pacientes e seus familiares. O psicólogo hospitalar acompanha essas famílias, identifica as situações ansiogênicas e cria estratégias capazes de minimizar os níveis de ansiedade. Cabe a ele também aperfeiçoar o trabalho em equipe, visando à implantação de ações que integre os diversos saberes, incluindo assim a própria equipe no processo de assistência ao usuário. A proposta deste trabalho é refletir sobre a assistência oferecida, nos grupos interdisciplinares de acolhimento, aos familiares dos pacientes internados no Hospital Ferreira Machado, hospital de emergência situado em Campos dos Goytacazes RJ. O modelo de grupo utilizado na acolhida dos familiares encontra seus fundamentos no Grupo Operativo criado por Pichon-Rivière em 1945. O objetivo é promover mudanças em situações estanques, ou seja, o grupo se propõe a uma tarefa que é a aprendizagem de algo novo. O encontro é realizado semanalmente com a duração de uma hora e trinta minutos e conta com a participação da equipe técnica. Nestes encontros, são transmitidas informações referentes à suas atividades e como o trabalho é realizado no setor. No final é realizada uma avaliação por seus integrantes e os relatos, anotados no livro de registro. Com a metodologia da observação assistemática sobre os comportamentos dos familiares é possível observar as evoluções desenvolvidas nos encontros. A relevância desse trabalho consiste em oferecer atendimento mais humanizado aos pacientes e familiares e equipe, levando em consideração os condicionantes da vida social dos envolvidos. Os resultados mostram que tanto a equipe de profissionais de saúde, quanto os usuários são beneficiados pelas condições favorecedoras à assistência em consonância com as recomendações do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse ambiente os familiares se sentem mais confiantes e à vontade para tirarem suas duvidas e conhecerem os profissionais que lidam diariamente com seus entes queridos. Considera-se que a entrada no hospital é um marco para a família e nesse contexto, o trabalho com grupos é uma ferramenta eficaz.

Referências Bibliográficas

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ZIMERMAN, David E. Fundamentos básicos das grupoterapias. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Área

4. Modelos de Prevenção e Promoção da Saúde em Diferentes Contextos - 4.7 Técnicas Integrativas no HG

Autores

Vânia Maria Rocha de Oliveira Tatagiba