11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Percepções da equipe multiprofissional acerca da política de visita em uma UTI Adulto

Resumo

Introdução: As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) são, em sua maioria, unidades fechadas, vistas como locais de tensão e medo, onde o paciente perde seu contato direto com familiares e pessoas próximas. Atualmente, mudanças no paradigma de cuidado têm estimulado a ampliação dos horários de visita e a adoção da política de UTI aberta por algumas instituições. Objetivos: A presente pesquisa teve como objetivos compreender a percepção da equipe multiprofissional sobre a ampliação/flexibilização da política de visita no contexto de UTI Adulto e descrever os principais critérios considerados para a tomada de decisão frente a rotina de visitação da UTI. Metodologia: Realizou-se um estudo exploratório-descritivo em duas etapas; uma quantitativa e outra qualitativa. Participaram 72 profissionais que atuam na UTI adulto de um hospital escola, exclusivamente público, localizado no sul do Brasil, que atende pacientes clínicos e cirúrgicos. Os dados foram coletados no período de julho a novembro de 2016, com início após aprovação pela direção geral do hospital e pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (parecer nº 1.599.481). Resultados: Os resultados demonstraram que a) Ser menor de 18 anos (86,1%); b) Ser idoso (65,5%); e c) Ter prognóstico paliativo (86,1%) foram consideradas variáveis predominantemente importantes pelos profissionais da amostra. Sobre as características dos pacientes e sua influência na ampliação do horário de visitas na UTI, os dados sugerem que as três principais características que influenciam na percepção dos profissionais de saúde desta amostra são: a) Ter deficiência física ou mental (70,83%); b) Se paciente está ansioso ou deprimido (68,06%); e c) Caso a paciente seja gestante ou puérpera (61,11%). Contrastando estas características, o fato do paciente ter traqueostomia (2,78%) ou ser dependente químico (6,94%) são fatores com menor porcentagem de respostas positivas. Já as entrevistas tiveram como resultado três categorias: 1.Opiniões sobre a visita aberta ou ampliada; 2. Impacto da duração da visita na rotina de trabalho da equipe; e 3. Desafios para a ampliação/flexibilização da visita em UTI. Discussão dos Resultados: A equipe multiprofissional vê alguns pacientes como mais frágeis do que outros, baseado em critérios subjetivos; os profissionais compreendem como benéfica a presença do acompanhante, tanto para o paciente quanto para a família, mas percebem limitações e dificuldades na implementação de uma nova rotina. Considerações finais: A pesquisa realizada sugere que a visita aberta é um facilitador da relação paciente-equipe-família, desde que seja adequadamente organizada para evitar a sobrecarga na rotina de trabalho dos profissionais. Entende-se que a flexibilidade em relação aos horários de visitação é mais importante do que o tempo de duração, desde que esteja ancorada em princípios científicos e impedindo o uso de crenças subjetivas da equipe.

Referências Bibliográficas

Área

4. Modelos de Prevenção e Promoção da Saúde em Diferentes Contextos - 4.3. Humanização

Autores

Paola Nunes Goularte, Letícia Macedo Gabarra, Carmen Leontina Ojeda Ocampo Moré