11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Serviço de Psicologia frente à família do potencial doador de órgãos: um relato de experiência

Resumo

Introdução: O diagnóstico de Morte Encefálica (ME) no Brasil é determinado pela Resolução do CFM nº 1480/97, devendo ser registrado em prontuário um termo de Declaração de Morte Encefálica (Associação Braisleira de Transplantes de Órgãos, 2013). A doação de órgãos trata-se um processo multifatorial, influenciado por variáveis como: crenças, modos de enfrentamento do luto e compreensão da morte (Coelho e Silva, 2012). O psicólogo poderá acompanhar a família em reuniões com equipe médica, possibilitar para a realização de rituais de despedida e auxiliá-los na expressão sobre a perda (Torres e Lage, 2013). Frente a isso, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência da atuação do Serviço de Psicologia em casos de possível ME.
Método: Relato de experiência da equipe de Psicologia em um hospital de pronto-socorro da região metropolitana de Porto Alegre com os familiares de pacientes com morte encefálica.
Reesultados/Discussão: Nesta instituição é preconizado de um fluxo de atendimento em casos de possível ME. Segundo o fluxo de atendimento, ao identificar um paciente com possível ME, o Serviço de Psicologia é acionado no qual efetiva contato com a família do paciente. É realizado vínculo terapêutico, oferecido suporte emocional e o Serviço é colocado a disposição dos familiares durante o período de hospitalização do paciente. A equipe de Psicologia acompanha a família durante a comunicação médica sobre o motivo da internação e gravidade do quadro clínico. Pode-se auxiliar na elaboração de todas as informações trazidas, além de acompanha-los em visitas ao leito, previamente autorizadas pela equipe da unidade.Torres e Lage (2013) salientam a importância da atenção do psicólogo aos familiares que possuem maior vínculo, dependência ou questões mal resolvidas com o paciente.
Na comunicação da equipe médica sobre a abertura do protocolo de ME, o serviço de Psicologia segue dando suporte necessário. O papel do psicólogo diante da doação de órgãos remete ao entendimento do processo de elaboração da morte, fazendo uma leitura da subjetividade (Coelho e Silva, 2012). Por fim, é realizada a observação e identificação de indivíduos com possíveis transtornos mentais, somados a um presumível luto mal elaborado, referenciando os mesmos para a rede de saúde mental do município.
Considerações finais
A partir do diagnóstico de morte encefálica e processo de doação de órgãos, entende-se o como objetivo do psicólogo prestar auxílio na atenção à subjetividade das famílias. Faz-se necessário mais espaços para discussão desse tema e que as equipes estejam qualificadas para atuar nessa esfera de maneira interdisciplinar.

Referências Bibliográficas

Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos- ABTO – Registro Brasileiro de transplantes. Disponível HTTP://www.abto.org.br.
Coelho, C. B. O. e Silva, D. S. (2012). Considerações da psicologia hospitalar sobre a entrevista familiar na doação de órgãos e tecidos. Jornal Brasileiro de Transplantes, 15(4), 1703 – 1708.
Torres, J. C. e Lage, A. M. V. (2013). Manifestações psicológicas de familiares de pacientes em morte encefálica. Revista de Psicologia, 4(1), 38-51.

Área

1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.3 Morte e Processo de Luto

Instituições

Hospital Universitário ULBRA/GAMP - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Camila Charelli Birck, Alessandra Wolf, Carla Joseane Branco, Marllon Leal, Rafael Lima