11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Concepção da equipe de saúde a respeito da presença de familiares no Setor de Emergência de um Hospital Público do Vale do São Francisco

Resumo

Introdução: O setor de Emergência (sala vermelha) hospitalar caracteriza-se pela presença de riscos, ameaça à vida e sofrimento dos familiares/acompanhantes envolvidos. Os profissionais da sala vermelha encontram-se envolvidos em situações de tensão, as quais demandam agilidade técnica, empenho e prontidão diante de uma rotina desgastante. Diante de situações emergentes e do impacto do inesperado, há muitas repercussões biopsicossociais para os envolvidos, tais como o “não lugar” reservado para os entes dos pacientes críticos e as limitações de espaço físico. Assim, a presente pesquisa surgiu a partir da atuação na residência multiprofissional em saúde em um Hospital Universitário do interior de Pernambuco. Objetivo: descrever as concepções de uma equipe de saúde de um Hospital Universitário acerca da permanência de familiares na sala vermelha. Metodologia: é uma pesquisa qualitativa de inspiração fenomenológica heideggeriana, tendo a narrativa como técnica de investigação e a analítica do sentido como proposta interpretativa. Participaram desse estudo doze profissionais da sala vermelha, sendo dois assistentes sociais, três enfermeiros, dois médicos, quatro técnicos de enfermagem e um psicólogo. Vale ressaltar que, a pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisa da Universidade Federal do Vale do São Francisco. Resultados: Os familiares foram concebidos como pessoas ansiosas, angustiadas, preocupadas e com medo diante do processo de hospitalização. Tais expressões foram associadas não só ao estado grave dos pacientes, mas também à falta de comunicação sistemática dessa equipe acerca do estado de saúde dos pacientes. As falhas no processo da comunicação e as exigências do setor dificultam o bem-estar dos envolvidos. Discussão: As concepções da equipe denotam ambivalência. Se por um lado, consideram a presença dos familiares como fator importante no processo de recuperação da saúde e colaboração com os cuidados; por outro, admitem interferências advindas dessa permanência; sobretudo quando os familiares não conseguem ajudar e demandam por informações atualizadas do estado de seus entes. A equipe sugeriu intervenções de educação continuada (oficinas, palestras e treinamentos) em prol da melhoria do serviço e qualidade da assistência prestada; reconhecendo a importância do psicólogo para mediar e facilitar os processos comunicacionais envolvendo a tríade paciente-equipe-familiares na emergência. Considerações finais: Há um hiato comunicacional complexo entre a equipe de emergência e familiares, já que a equipe é afetada pelo sofrimento dos familiares e pelas problemáticas do setor. Por outro lado, essa mesma equipe admite dificuldades para acolher e se comunicar com esses familiares, dadas as especificidades da emergência e o reconhecimento do despreparo psicológico. Contudo, resistem às adversidades e buscam ofertar uma assistência de qualidade.

Palavras-Chave: Emergência; Equipe de saúde; Hospital; Família.

Área

2. Universalidade, Equidade e Integralidade em Saúde - 2.4. Serviços de Psicologia na Saúde Pública e Privada

Instituições

UNIVASF - Pernambuco - Brasil

Autores

Priscila de Lima Souza, Sílvia Raquel Santos de Morais , Susan Gomes Coutinho de Jesus