Sexualidade em pacientes colostomizados: uma revisão sistemática
Introdução: Dentre os diversos tipos de câncer, o colorretal é o segundo que mais causa mortes no Brasil. Existem variados tipos de tratamento para esses casos, podendo incluir quimioterapia, radioterapia e cirurgias, dentre as quais a colostomia. Esta, que é caracterizada pela abertura de um orifício no abdômen, com o objetivo de desviar o curso natural das fezes, pode causar prejuízos de ordem física e psicológica. Com autoimagem e autoestima prejudicada, pacientes podem experienciar dificuldades para vivenciarem plenamente sua sexualidade. Objetivo: Analisar a produção científica acerca da temática da sexualidade em pacientes colostomizados em decorrência de câncer colorretal, entre 2012 e 2016. Metodologia: Revisão sistemática da literatura, por meio de buscas contendo palavras-chave em inglês e português, nas bases de dados Scielo, Web of Science, PubMed e BVS. Utilização da estratégia PICO, considerando como P (pacientes): pacientes com câncer colorretal colostomizados; O (outcome): sexualidade. As variáveis I (intervenção) e C (controle) não foram utilizadas. Critérios de inclusão: estudos primários publicados entre os anos de 2012 e 2016; textos completos em inglês, português ou espanhol; artigos contendo dados empíricos sobre a sexualidade de colostomizados por câncer colorretal. As pesquisas foram realizadas de forma independente pela autora e outras duas juízas de forma independente. Resultados: Foram encontrados 31 artigos relacionados às temáticas da pesquisa e após a exclusão dos repetidos (13), sobraram 18. Lidos títulos e resumos, restaram 7 artigos. Encontraram-se apenas 6 textos completos e, após as leituras dos mesmos na íntegra, foram selecionados apenas dois, com base nos critérios de inclusão. Discussão: Os dois artigos selecionados são recentes (2016) e focaram na importância de os profissionais de saúde abordarem a temática sexualidade. Um deles foi realizado no Brasil por Rodrigues et al (2016) e outro na Turquia por Vural et al (2016). O primeiro foi realizado com cinco participantes e buscou compreender o sentimento e experiência com uso da bolsa, bem como questões práticas no manuseio, além da vivência da sexualidade. Concluiu que dificuldades, questões ligadas ao adoecimento e às consequências do tratamento podem ser minimizadas pelo apoio da família, amigos e profissionais de saúde. Já estudo turco foi realizado com 14 participantes colostomizados (10 decorrentes de câncer colorretal). Buscou-se compreender questões relacionadas à vida sexual, sexualidade e relacionamento com parceiro. Resultados demonstraram: mudanças na vida sexual e imagem corporal, medo e ansiedade durante a relação sexual, impacto psicológico e expectativas sobre aconselhamento sexual por parte da equipe de enfermagem. Conclusão: Foi observada pouca quantidade de estudos com foco concomitante nas variáveis sexualidade, câncer colorretal e colostomia. São necessárias mais pesquisas na área, para que seja possível compreender as dificuldades dessa população na vivência da própria sexualidade. Um maior esclarecimento sobre essas dificuldades, pode direcionar programas específicos que auxiliem pacientes a discutir e elaborar questões que facilitem a vivência plena da sexualidade, a adaptação à colostomia e consequentemente uma melhora na qualidade de vida. Destaca-se a relevância do suporte e orientação dos profissionais de saúde, os quais devem atentar-se para a temática da sexualidade e abordá-la com os pacientes.
5. Novas Tecnologias, Gestão e Formação em Psicologia Hospitalar e da Saúde - 5.6 Produção Científica em Psicologia da Saúde e Hospitalar
USP - São Paulo - Brasil
MERCIA APARECIDA PEREIRA DE ANDRADE SCARTON, ANALI POVOAS ORICO VILAÇA, REBECCA HOLANDA ARRAIS, ELISA MARIA PARAHYBA CAMPOS RODRIGUES