UTI Neonatal: Estratégias de enfrentamento e aspectos emocionais de mães
A hospitalização do filho na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é uma condição que pode gerar danos emocionais para toda a família, especialmente para os pais. Quando este bebê nasce prematuro, ou seja, com idade inferior a 37 semanas de gestação e peso fetal menor que 2500,00 g ele é encaminhado para a UTIN. Esse é um ambiente estranho e assustador, além de que o bebê real é diferente do imaginado e o sentimento de culpa pelos problemas do filho pode atuar como fatores inibidores do contato espontâneo entre pais e bebês. Para que as experiências emocionais que venham ocorrer nesse período sejam melhores aceitas e o sofrimento minimizado é importante a forma com que essas mães enfrentam toda essa situação. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho de conclusão de curso foi investigar e descrever as estratégias de enfrentamento, vínculo mãe-filho, sintomas depressivos e ansiosos das mães com filhos internados em UTI Neonatal. Participaram da pesquisa 50 mães que aguardavam liberação da visita na sala de espera da UTI Neonatal do HCM (Hospital da Criança e Maternidade) no município de São José do Rio Preto, interior de SP, que se enquadravam nos critérios de inclusão pré estabelecidos. Os dados foram coletados por meio da aplicação de questionário sócio-demográfico, Escala Modos de Enfrentamento de Problemas – EMEP, Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e Protocolo de Avaliação do Vínculo Mãe-Filho. Os resultados obtidos por meio de análise estatística descritiva mostraram que 52 % das mães tem estratégia de enfrentamento apoiadas na religião, 34% tem estratégias focalizadas nos problemas, 8 % na busca de suporte social. Em menor freqüência foram mencionadas estratégias focadas na emoção (4%) e religião/social (2%). Além disso, 62% das mães apresentaram sintomas de ansiedade e 38% indicaram sintomas depressivos. Os resultados obtidos na presente investigação mostram que a religião foi a estratégia de enfrentamento mais utilizada pelas participantes, o que corrobora com pesquisas que apontam que a religiosidade/ espiritualidade é um fator relevante em populações femininas quando se trata de estratégias de enfrentamento e manejo de estresse. Os resultados referentes ao vínculo mãe-filho indicaram que 10% das mães que apresentaram sintomas ansiosos e depressivos, simultaneamente, apontaram um vínculo fraco com o RN, o que evidencia que esta vulnerabilidade psicológica da mulher apresenta-se como um fator de risco, podendo influenciar na sensibilidade materna e diminuir o vínculo estabelecido com o bebê. Dessa forma, cabe a equipe de profissionais a responsabilidade de cuidar desse bebê prematuro em função dos riscos biológicos e psicossociais, além disso, o psicólogo tem suma importância neste processo, visto que pode prestar um atendimento psicológico especializado, acompanhar a relação com o desenvolvimento desse bebê, acolher essas mães diante dos efeitos da prematuridade e oferecer apoio integral de forma que ela não se sinta desamparada e possa lidar com as emoções que aparecem.
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1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.2 Saúde Mental do Paciente, Família e Equipe
Celia Regina Couto Castro Barcelos, Carla Louise Bertão Rodrigues, Hélida Silva Marques, Neide Aparecida Micelli Domingos, Kelly Renata Risso Grecca