Título

Análise da ocorrência do Delirium em uma Unidade de Terapia Intensiva

Resumo

(Introdução) O Delirium é caracterizado por alterações neuropsiquiátricas onde se observam oscilações do nível de consciência e rebaixamento cognitivo. De início abrupto e curso lábil, este quadro ocorre em pacientes clínicos e cirúrgicos, tendo maior incidência na população idosa. A UTI é o ambiente que propicia com maior facilidade quadros como este, devido às suas características físicas e sensoriais, além do isolamento social em que o paciente se encontra, o que causa medo e estresse, aumentando a fragilidade do mesmo. (Objetivos) O objetivo deste estudo foi o de verificar a ocorrência do Delirium e sua correlação com variáveis como ambiente, idade, motivo de internação e as intervenções para prevenção de delirium em uma Unidade de Terapia Intensiva. (Metodologia) Este estudo retrospectivo transversal foi realizado através da avaliação de protocolos de prevenção e monitoramento de Delirium utilizados como rotina na UTI Geral de Hospital Privado em Curitiba (PR), no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016. Os protocolos avaliados correspondem àqueles pacientes com maior risco de desenvolver delirium na UTI, obedecendo aos seguintes critérios de inclusão: 1) idade igual ou maior que 65 anos; 2) dependência química; 3) pós-operatório com idade igual ou maior que 55 anos; 4) critério médico. A partir do levantamento dos protocolos, foi realizada análise dos dados correlacionando as seguintes variáveis: número de casos; idades dos pacientes; estrutura física dos boxes, motivos de internação e as intervenções realizadas para prevenção. (Resultados) Foram revisados 1261 protocolos de prevenção de Delirium, entre os quais o fator de risco predominante foi o fator 1 com 64% dos pacientes. No período avaliado, houve apenas 11% de ocorrências de Delirium, com 76% dos casos relacionados ao fator 1, idade acima de 65 anos. Sobre o perfil dos pacientes que apresentaram Delirium, a faixa etária de maior ocorrência, 47% dos casos, ocorreram em pacientes com idades entre 80 e 89 anos. O motivo de internação clínico foi predominante nos casos relacionados. Quanto à estrutura física, foi observado que 62% dos pacientes que apresentaram Delirium, estavam internados em boxes sem iluminação natural, ou indicação do ciclo noite-dia. Sobre as intervenções para prevenção do delirium, observou-se que apenas 10% dos protocolos foi inserida a presença de um familiar acompanhante com visita extra, no entanto neste grupo, 35% desenvolveram Delirium durante a internação. (Discussão dos Resultados) Os resultados levantados na análise dos protocolos evidenciou dados já encontrados na literatura. A maior ocorrência de delirium esteve no grupo de pacientes idosos acima de 65 anos. Assim como, houve evidências de que a estrutura física está diretamente relacionada à ocorrência do Delirium. Observa-se melhora no monitoramento e prevenção dos casos, quando são ofertadas intervenções que aumentam a presença da família neste tipo de unidade. (Conclusões) Este estudo confirmou que as variáveis analisadas influenciam na ocorrência de Delirium, assim como descrito na literatura. Ficam evidenciadas que são necessárias medidas de intervenção para a prevenção, como o acompanhamento familiar e o cuidado com melhores condições ambientais, principalmente para aqueles pacientes com maior risco de ocorrência do Delirium.

Referências Bibliográficas

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