ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS
Introdução: O transplante renal é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um rim saudável do doador no receptor, está terapêutica objetiva uma melhor qualidade de vida (QV), porém não representa cura do doente renal. Após a cirurgia, o paciente precisa se adequar ao uso de imunossupressores e as constantes avaliações do estado de saúde, além disso, passa a conviver com o temor da rejeição. As vivências citadas, são potenciais disparadores de ansiedade e decepção, ordenando ao paciente, adaptação diante das exigências do tratamento. O manejo inadequado de estressores após transplante, pode se tornar barreira na busca pela QV. Há neste sentido, necessidade de se identificar nos pacientes pós transplantados renais, os fatores relacionados ao modo de enfrentamento diante das adversidades do tratamento e a correlação destes com a qualidade de vida após o transplante. Objetivos: Avaliar a percepção da qualidade de vida e as estratégias de enfrentamento em pacientes transplantados renais. Metodologia: Estudo transversal com abordagem quantitativa. Os participantes são 150 transplantados renais que realizam acompanhamento ambulatorial no Hospital Universitário Onofre Lopes, a seleção dos pacientes tem se dado através de aceitação voluntária. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, obtendo aprovação sob o CAAE 56191516.0.0000.5537 e parecer 1.599.728. Para avaliação dos transplantados, seguintes instrumentos estão em uso: Questionário Sociodemográfico, o instrumento WHOQOL-bref para avaliação da qualidade de vida e a Escala Modos de Enfrentamento de Problemas. A análise dos dados tem se baseado na estatística descritiva e inferencial. Resultados: Na amostra estudada até o momento, verificou-se o seguinte perfil sociodemográfico: 59% dos entrevistados são do sexo masculino, a idade variou de 20 a 59 anos, com média de 43 anos. Quanto à situação conjugal 56% são casados ou estão em uma união estável. Na análise global qualidade de vida, verificou-se que esta é percebida por 75% dos transplantados como boa. No que se menciona as estratégias de enfrentamento, destaca-se o uso de estratégias religiosas e/ou espirituais, as estratégias de enfrentamento focalizadas no problema e o enfrentamento focalizado na emoção aparecem em seguida. Discussão dos resultados: A literatura cientifica aponta que: como outros tratamentos e intervenções, o transplante renal pode apresentar complicações. Há possibilidade de que a perspectiva de melhoria da QV, por esta terapêutica, venha tornar-se frustrada perante as possíveis intercorrências que possam aparecer no decorrer do percurso do paciente pós-transplantado. Neste sentido, é necessário que o paciente recorra à adequadas estratégias de enfrentamento para lidar com as demandas exigidas pelo transplante. Conclusões: Evidencia-se a necessidade de compreender e favorecer o enfrentamento dos pacientes com o intuito de minimizar o impacto causado pelos eventos estressores no pós-transplante e, por consequência, influenciar de maneira positiva a QV.
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1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.5 Doença Crônica e Dor ao longo do Ciclo da Vida
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN - Rio Grande do Norte - Brasil
KARINA DANIELLY CAVALCANTI PINTO, ALESSANDRA Do NASCIMENTO CAVALCANTI, EULÁLIA MARIA CHAVES MAIA