Título

REPERCUSSÕES DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO EM SAÚDE E O ITINERÁRIO TERAPÊUTICO A PARTIR DA VIVÊNCIA DA TROCA VALVAR

Resumo

A doença cardíaca valvar, que pode ser causada pela febre reumática (FR), comumente associada à pobreza e às más condições de vida do sujeito acometido, envolvendo a alimentação inadequada, habitação em aglomerados e ausência ou atendimento médico impróprio, pode levar à insuficiência no coração, levando em grande parte dos casos à cirurgia de troca valvar por uma prótese de material metálico ou biológico. O objetivo desse trabalho visou analisar as repercussões da comunicação em saúde sobre o processo de adoecimento e o itinerário terapêutico (IT) de um indivíduo com cardiopatia reumática (CR), submetido à cirurgia de troca valvar. A pesquisa foi realizada como parte do trabalho de conclusão de curso (TCC) do programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva com Ênfase em Doenças Cardiovasculares da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Metodologia: O estudo tratou-se de uma abordagem qualitativa, que recorreu ao estudo de caso como estratégia metodológica, apontando para a abordagem da complexidade do caso em particular, procurando o detalhe da interação do indivíduo com seu contexto (STAKE, 2000). O participante do estudo foi um paciente do sexo masculino, 36 anos de idade, portador de cardiopatia reumática, submetido à cirurgia cardíaca de troca valvar por uma prótese metálica no ano de 2010, em 2015 cursou com sintomas de insuficiência na válvula, foi internado na enfermaria de um hospital referência em cardiologia do Sistema Único de Saúde (SUS), localizado na cidade de Salvador-BA. A coleta de dados foi realizada em setembro de 2015, com o objetivo de conhecer a realidade percebida pelo sujeito, quando foi efetivada entrevista semi-estruturada e observação participativa junto ao paciente. Foi realizada uma análise de conteúdo temático, que reforça a importância da linguagem e do significado da fala (MINAYO, 2001). Resultados e discussão: Foram apresentados nos resultados a construção do processo de comunicação em saúde e os itinerários do sujeito participante a partir de quatro momentos: (1) Aspectos da história de vida e do adoecimento: gênero e acesso à saúde; (2) A troca valvar: processo de comunicação em saúde; (3) Os desafios de viver com CR; (4) Reconstrução do itinerário terapêutico. Concluiu-se que a vivência do adoecimento e as repercussões do processo de comunicação acarretaram implicações subjetivas no processo de adoecer, promovendo à sua construção intersubjetiva e social a respeito do adoecimento, como também foram identificadas barreiras no processo de comunicação e de acessibilidade aos serviços. O estudo de caso possibilitou reflexões acerca dos contextos que fizeram parte na busca do paciente ao cuidado em saúde.

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