11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título do Simpósio

Atualizações em Oncologia: O impacto do diagnóstico e os processos de comunicação dos profissionais de saúde com os pacientes e familiares

Resumo Geral do Simpósio

O câncer é a segunda doença crônica que mais mata no mundo (21%), perdendo apenas para doenças cardiovasculares (Organização Mundial da Saúde, 2011). Atualmente, as doenças crônicas não transmissíveis são a maior causa de morte em todo mundo. O diagnóstico de câncer costuma afetar de forma negativa a vida das pessoas que o recebem e de quem os cercam. A forma como esta notícia é comunicada pode fazer toda a diferença em relação ao sentimento de acolhimento, adesão ao tratamento e estados emocionais do indivíduo. A comunicação em oncologia se dá em diversos âmbitos: profissional – paciente, paciente – familiares e profissional-familiares. Através de uma comunicação efetiva nesses âmbitos o paciente poderá se sentir acolhido e seguro, entender e enfrentar melhor seus problemas, perceber a sua participação em busca de alternativas para a solução dos problemas e também adquirir novos padrões de comportamento para lidar com a doença. Nesse contexto, é necessário que os médicos e demais profissionais da saúde estejam atentos na forma como se comunicam para que tenham a sensibilidade de perceber os sinais que o paciente está emitindo e que poderá afetar seu tratamento e sua recuperação.
Nos últimos anos vem crescendo a produção de estudos que abordam programas de treinamento de habilidades de comunicação para profissionais que atuam com pacientes com câncer. Vale ressaltar que o treinamento de habilidades se tornou parte obrigatória para os profissionais de saúde no contexto da oncologia, sendo seu principal objetivo aumentar a empatia e desenvolver estratégias para o manejo clínico. Além da comunicação profissional-paciente, a comunicação sobre a doença dentro da família pode ser fonte de bem-estar para o paciente. No caso de mães com diagnóstico de câncer com filhos pequenos, essa comunicação pode se tornar mais difícil pelo tipo de linguagem que se deve ter para com a criança. Estar com câncer pode causar medo da morte, da recidiva e da finitude da vida e por esta razão, e muitas vezes é difícil comunicar aos familiares, principalmente quando são filhos pequenos. Informar o diagnóstico ao filho deve ser angustiante para a mãe e para a criança. A dúvida entre contar ou não está no fato de não saber se a criança entenderá e de que forma entendeu o que lhe foi comunicado. Contudo, é necessário pensarmos em formas de comunicar, considerando a idade da criança, para adaptar à conversa ao seu entendimento. Desta forma, nota-se que a comunicação é um fator importante nas relações, seja ela profissional-paciente ou paciente-familiares. Falar sobre o câncer e a possibilidade da morte é assustador e algo difícil até mesmo para os médicos. Para mães com filhos pequenos, esta tarefa se torna ainda mais dolorosa. Por isso é importante refletir sobre as melhores formas de comunicação sobre o diagnóstico tanto na relação médico-paciente, quanto paciente-familiares.

Nome do Autor 1 e Moderador / Título da Fala / Resumo (mínimo 100 palavras – máximo 250 palavras)

Nome do autor: Bruna Madrid da Rosa

Título: Comunicação em oncologia: visão de médicos e pacientes

O diagnóstico de câncer costuma produzir um efeito devastador na vida da pessoa que o recebe, seja pelo medo dos efeitos do tratamento (perda de cabelo, procedimentos dolorosos, perda de peso, perdas emocionais e sociais) ou pelo medo da morte. Desta forma, é essencial que o impacto emocional causado pela doença seja também levado em consideração pelos profissionais da saúde que atuam no setor de oncologia. Em muitos casos, pessoas com câncer acabam sofrendo de stress psicológico, que pode ser reduzido através de uma comunicação eficaz e de apoio do seu médico. Uma boa comunicação entre médico e paciente pode resultar em melhor saúde emocional, melhoria dos sintomas e qualidade de vida dos pacientes. Enquanto algumas pessoas têm naturalmente uma comunicação melhor que outras, boas habilidades de comunicação podem ser adquiridas através de práticas educacionais estruturadas. Algumas lacunas importantes que devem ser abordadas são: mal-entendido e confusão dos pacientes em relação à sua doença, que muitas vezes é resultado de uma explicação inadequada dos oncologistas e do analfabetismo em saúde, a falta de oncologistas que receberam treinamento formal em comunicação, e a dificuldade de alguns deles em tentar transmitir informações difíceis.
Refletir sobre a prática médica em relação à comunicação médico-paciente e a forma com que as pessoas compreendem a doença são fatores essenciais para que a comunicação seja eficaz e para que o paciente se sinta acolhido e tenha uma maior aderência ao tratamento.

Nome do Autor 2 / Título da Fala / Resumo (mínimo 100 palavras – máximo 250 palavras)

Nome do Autor 2: Fernanda Bittencourt Romeiro

Título: Habilidades de comunicação profissional de saúde-paciente no processo de adoecimento pelo câncer

O presente trabalho tem por objetivo discutir as habilidades de comunicação profissional-paciente no processo de adoecimento pelo câncer. No contexto do câncer, a comunicação pode ser considerada um dos principais instrumentos do cuidado em saúde. Em geral, a comunicação quando bem estabelecida associa-se a maior satisfação do paciente, bem estar e qualidade de vida durante o tratamento. Existem muitos temas emergentes na literatura internacional sobre a comunicação profissional da saúde-paciente, e mais especificamente sobre as habilidades de comunicação que incluem tópicos de pesquisa como a tomada de decisão compartilhada; conhecimento compartilhado; comunicação centrada no paciente; preferências do paciente e comunicação de más notícias. Apesar da grande produção científica sobre o tema, essa discussão no âmbito hospitalar e cursos específicos no campo da saúde ainda são pouco oportunizados. Nos últimos anos vêm crescendo a produção de estudos que abordam programas de treinamento de habilidades de comunicação com o paciente oncológico. Vale ressaltar que, o treinamento de habilidades tornou-se parte obrigatória para os profissionais de saúde no contexto da oncologia em vários países, e tem como principal objetivo desenvolver a empatia e estratégias efetivas para o manejo clínico. A comunicação efetiva associada à boa interação interpessoal do profissional com o paciente indica melhores desfechos no que tange aos resultados do tratamento oncológico, em que é possível que profissional e paciente compartilhem responsabilidades do tratamento visando melhores resultados em saúde. Este estudo reforça a importância dos treinamentos de habilidades de comunicação aos profissionais da saúde.

Nome do Autor 3 / Título da Fala / Resumo (mínimo 100 palavras – máximo 250 palavras)

Nome do autor 3: Ana Luísa Kenne Dornel

Título: Comunicação mãe-filho em oncologia: uma visão delas

O diagnóstico de câncer causa um impacto negativo na vida da pessoa que o recebe e também daqueles que a cercam. Compreender a percepção da comunicação das mães com seus filhos a respeito da doença e do tratamento delas é um fator importante durante este processo. O tratamento do câncer pode trazer medo da morte, da recidiva e da finitude da vida, além das incertezas e as dúvidas se estarão no futuro na vida dos filhos. Em contrapartida, a presença dos filhos pode ser um fator motivador para seguirem e não desistirem do tratamento. Informar o diagnóstico ao filho pode ser angustiante para a mãe e para a criança, ainda que para a criança o efeito da notícia pode ser mais duradouro. Em alguns casos, pode ser difícil para mãe lidar com a situação, por sentimentos de culpa ou fracasso ou por não poder melhorar a situação naquele momento. A dúvida entre contar ou não pode estar no fato de não saber se a criança entenderá e de que forma entendeu o que lhe foi comunicado. Contudo, é necessário pensarmos em formas de comunicar, considerando a idade da criança, para adaptar à conversa ao seu entendimento. Podemos pensar que cada criança tem o direito de saber, e receber a notícia à medida que vai se desenvolvendo cognitivamente e sócio-afetivamente.

Área

1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.5 Doença Crônica e Dor ao longo do Ciclo da Vida

Instituições

UNISINOS - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Bruna Madrid da Rosa, Fernanda Bittencourt Romeiro, Ana Luísa Kenne Dornel