11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Relação mãe- bebê prematuro vivenciada no contexto da hospitalização

Resumo

O nascimento prematuro, por vezes, está associado á hospitalização do bebê, devido aos problemas de saúde que este apresenta. Neste sentido, pode representar para os pais e para a criança um período complicado e angustiante, onde a relação e os cuidados iniciais que poderiam ocorrer entre eles de maneira natural são dificultados no ambiente da Unidade de Tratamento Intensivo. O estudo em questão tem como objetivo investigar como as mães e bebês prematuros vivenciam o período de internação em uma Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal. Para isso, foi realizada a investigação em um hospital do interior do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com delineamento de estudos de casos múltiplos. Participaram da pesquisa três bebês prematuros que nasceram com menos de 37 semanas e com peso inferior a 2.500 kg, internados em um mesmo hospital no interior do estado do Rio Grande do Sul, de ambos os gêneros, que necessitaram permanecer em atendimento na UTIN entre o primeiro e o terceiro mês de vida, e suas respectivas mães. Para isso foram utilizados os seguintes instrumentos: Entrevista Semiestruturada; Prontuário Médico dos Bebês e Sessões de Observação da Dupla, sendo construída, a partir disso, a história clínica do bebê. Cada caso foi analisado de forma individual fundamentado em sete eixos norteadores, depois foram comparados entre si, a partir da premissa metodológica da Síntese dos Casos Cruzados. Apoiado na premissa metodológica da Síntese dos Casos Cruzados constata-se que os bebês hospitalizados pouco podem desfrutar do afeto que poderiam receber através de um maior contato com o seu cuidador. Sendo assim, percebe-se que, na UTIN, somente são satisfeitas as necessidades básicas de cada bebê, como a alimentação e a higiene necessária, porém, as necessidades afetivas permanecem à mercê dos poucos minutos de contato com a mãe. Percebe-se que o desenvolvimento inicial do bebê é afetado na medida em que o ambiente da UTIN é marcado por um excesso de estímulos aos quais o bebê não está habituado e tampouco preparado e que acabam interferindo no ciclo de sono de cada recém-nascido. Além do ambiente não favorecer positivamente o desenvolvimento do bebê, nota-se a falha de processos essenciais na vida inicial do mesmo, como a falta de uma mãe suficientemente boa, capaz de identificar e suprir tanto as necessidades fisiológicas quanto as necessidades afetivas do filho. A necessidade da separação que se dá pela hospitalização do bebê torna a mãe impossibilitada de desempenhar suas funções maternas. A partir destes estudos, constata-se que o nascimento prematuro pode afetar as primeiras vivências de mães e bebês, posto que a mãe pode ser impossibilitada de oferecer-lhe os cuidados primários e fundamentais para o seu desenvolvimento e criação da relação vincular com este. Para o bebê, as representações são constituídas de acordo com as experiências ambientais e as relações vividas no contexto da hospitalização. Neste sentido, a participação da mãe durante a internação do bebê pré-termo é fundamental para o vínculo de ambos e, se a saúde de ambos permitir, esta aproximação deve ser estimulada.

Referências Bibliográficas

Área

4. Modelos de Prevenção e Promoção da Saúde em Diferentes Contextos - 4.3. Humanização

Autores

Carine Tabaczinski, Kélin Aparecida Da Silva, Denice Bortolin