11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

ESTRATÉGIAS DE COPING E QUALIDADE DE VIDA EM PESSOAS EM TRATAMENTO DE HEMODIÁLISE

Resumo

Introdução: A Insuficiência Renal Crônica constitui um importante problema de Saúde Pública, sendo que alguns dos profissionais dessa área já descrevem essa doença como uma nova epidemia do século XXI (Levey & Coresh, 2012). Pode ser tratada por meio da hemodiálise: um tratamento rigoroso que requer cuidados clínicos especiais (Nascimento & Marques, 2005). A condição crônica da doença renal e o tratamento hemodialítico são fontes de estresse permanente, afetando não somente aspectos físicos, mas também os aspectos psicológicos, familiares e sociais dos indivíduos (Davison, 2010). Objetivo: O presente estudo propôs-se a analisar as estratégias de enfrentamento utilizadas como forma de reagir às demandas do tratamento dialítico, bem como a correlação dessas estratégias com a qualidade de vida do público investigado. Métodos: A população de estudo se constituiu de 84 pacientes submetidos à hemodiálise no município de Bagé-RS no período da coleta de dados, sendo observados os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos. Utilizou-se na coleta de dados um questionário de dados demográficos, um questionário de dados clínicos, o Questionário Abreviado de Avaliação da Qualidade de Vida (WHOQOL-Bref) e o Inventário de estratégias de Coping de Folkman e Lazarus. Resultados: Houve predomínio do sexo masculino na população estudada (55,9%) e um alto nível de inatividade profissional (85,3%). A média do tempo de hemodiálise foi de 4,36 anos (dp=3,79). A população estudada utilizava diversas estratégias de enfrentamento para uma melhor adaptação as condições impostas tanto pela doença quanto pelo tratamento, predominando a tendência a procurar reavaliar a situação de uma maneira positiva (m=1,44; dp=0,71), seguida pela estratégia de suporte social (m=1,28; dp=0,52). A estratégia menos utilizada foi a aceitação de responsabilidade (m=0,43; dp=0,51). Os pacientes demonstraram boa qualidade de vida geral: domínio físico (m=14,01; dp=2,26); domínio psicológico (m=14,78; dp=1,80); domínio relações sociais (m=14,67; dp=2,53) e domínio meio ambiente (m=15,71; dp=4,29). Não houve correlação significativa entre as estratégias de enfrentamento e a qualidade de vida. Discussão dos resultados: A capacidade de manter uma atitude cooperativa diante das dificuldades impostas pela doença exige condições individuais. O paciente com doença renal necessita ser estimulado por um ambiente de acolhimento e confiança por parte dos profissionais de saúde. A partir dos resultados evidenciou-se que a busca dos pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise por uma melhor qualidade de vida inclui uma luta constante para superar os limites e dificuldades trazidos pela doença. Considerações finais: O estudo permitiu visualizar de forma geral as estratégias de enfrentamento utilizadas para lidar com o estresse associado à hemodiálise. Logo, é fundamental que os profissionais da área de saúde tenham conhecimento dos aspectos psicológicos desse público, procurando possibilitar uma melhor adaptação à doença e ao tratamento, fornecendo subsídios para o desenvolvimento de planos de intervenção e assistência aos pacientes que realizam hemodiálise.

Referências Bibliográficas

DAVINSON, S. N. (2010). End-of-life care preferences and needs: perceptions of patients with chronic kidney disease. Clinical Journal of the American Society of Nephrol, 5(2), 195-204.
LEVEY, A. S., & CORESH, J. (2012). Chronic kidney disease Lancet, 379(9811), 165-180.
NASCIMENTO, C. D., & MARQUES, I. R. (2005). Intervenções de enfermagem nas complicações mais frequentes durante a sessão de hemodiálise. Revista Brasileira de Enfermagem, 58(6), 719-722.  

Área

1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.5 Doença Crônica e Dor ao longo do Ciclo da Vida

Instituições

URCAMP - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

FABIANE CAILLAVA SANTOS, RAQUEL SILVEIRA PORCELLIS