A Redução de Danos como forma de cuidado aos dependentes de álcool e drogas na atenção básica
A proposta deste simpósio é levantar a discussão sobre Redução de Danos que pode ser compreendida como um procedimento que visa a possibilidade do direito de escolha e o empenho da pessoa perante a sua vida, tornando flexível os processos para discernir a universalidade da população envolvida com o uso de drogas, com a qual a gestão pública está entrelaçada (SOUZA; MONTEIRO, 2011).
Entretanto, em geral, a abordagem prioriza, populações em situações de vulnerabilidade. A vulnerabilidade de uma pessoa não se restringe a um único comportamento ou conduta, mas se relaciona ao ambiente em questão, e também ao contexto sociocultural do qual ela está inserida. No entanto, o preconceito e o estigma adjuntos a pessoa que tem dificuldade com o uso de álcool e outras drogas é também uma das ações de redução de danos, resultantes de uma cultura de combate às drogas, caracterizam a resistência de institucionalização das práticas de redução de danos nos serviços públicos enquanto políticas públicas (BRASIL, 2003).
Então o objetivo da RD é conter, se viável, que as pessoas se envolvam com o uso de substância psicoativas. Se não houver essa possibilidade, para os que já se tornaram adicto, oferecer outras formas de ressignificar a relação com a dependência, dando lhes uma direção tanto para um uso menos danoso, quanto para a abstinência, de acordo com o que se dispõe cada usuário no momento em questão (CONTE, 2004).
A atenção básica tem como característica um conjunto de ações de saúde, em uma esfera coletiva e individual, que envolve os níveis primário, secundário e terciário de saúde, como desígnio de ampliar uma atenção integral que repercute no contexto de saúde e autonomia das pessoas e nos condicionantes e determinantes de saúde nas coletividades. É executada através do exercício de práticas de cuidado e gestão, participativas e democráticas, sob configuração de trabalho em equipe, dirigidas a comunidades de territórios definidos, pelas quais incumbe a responsabilidade sanitária, analisando o movimento vivido no território por essas populações (BRASIL,2012).
Objetiva-se apresentar a Redução de Danos como possibilidade de cuidado em Saúde Pública no campo do uso de álcool e outras drogas junto à Atenção Básica, a fim de prevenir e promover saúde valorizando a autonomia do sujeito e minimizando comorbidades decorrentes do uso compulsório. Mostrando aos profissionais da área da saúde básica a possibilidade de atender e acolher o usuário em sua multifacetas (Biopsicossocial), através de uma forma interventiva, estruturada, didática e sistemática apoiando se na educação em saúde e cidadania. Saindo dos muros hospitalares e indo até a comunidade, dialogando e trocando não somente equipamentos, mas sentimentos, informações e acolhimento.
Para este trabalho foram feitas revisões bibliográficas por meio de livros e artigos de periódicos científicos, que forneceu instrumental analítico para pesquisa relacionado a redução de danos como forma de cuidado aos dependentes de álcool e drogas na atenção básica, utilizou-se das bases de dados: SCIELO, PEPSICO, BVS PSi e o portal do MINISTÉRIO DA SAÚDE.
Título do Simpósio: A Redução de Danos como forma de cuidado aos dependentes de álcool e drogas na atenção básica
Nome do autor 1 e moderador: Thais Amanda R. Manso
Título da Fala: Conceituando a Redução de Danos
A Redução de Danos (RD) trata-se de uma abordagem ao uso prejudicial das drogas que visa diminuir danos sociais e à saúde decorrente desse fato. Essa estratégia atua tanto na prevenção como na promoção, desde aquelas pessoas que ainda não experimentaram drogas até aquelas com uso problemático. Inicialmente essas intervenções de reduzir danos foi caracterizado por ações no campo da saúde, e atualmente tem se ampliado esse campo do direito à saúde para a do direito à cidadania e dos Direitos Humanos. Os métodos de redução de danos visam a socialização política de pessoas com dificuldades com álcool e outras drogas de maneira crítica, com o objetivo de fortalecer a autonomia do indivíduo e assim então promover autocuidado com a sua saúde e buscar por direitos, pela discussão de políticas governamentais e políticas de estado, numa expectativa que perpassa para além do particular, mas também pelo coletivo.
Nome do autor 2: Elaine Martins
Título da Fala: Atuação da Atenção Básica
A atenção básica é a porta de entrada do usuário ao sistema de saúde, tendo como principal objetivo possibilitar esse primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde, no intuito de conhecer a história de vida, seus vínculos e elementos do seu cotidiano e do contexto de vida. Desenvolve estratégias para maximizar a promoção e prevenção de saúde a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde, autonomia das pessoas por meio de uma equipe sistemática e multiprofissional em uma área geograficamente delimitada. Privilegiando o vínculo, a escuta e o acolhimento dos usuários como facilitador de seu trabalho pautados nos princípios do SUS, universalidade, equidade e integralidade considerando o indivíduo o como um todo, na sua singularidade e no processo sociocultural que está envolvido.
Nome do autor 3: Yara Pryscilla Siqueira Rocha
Título da fala: Redução de danos e Atenção Básica
Com a política de Redução de Danos dentro da atenção básica, temos a possibilidade das visitas domiciliares, grupos educativos, suporte aos familiares, encaminhando para especialidades dentro da rede de saúde pública (psicólogo, assistente social, fisioterapeuta, educador físico, psiquiatra etc.), consultório na rua, cadastramento para trabalhar o uso de redução de danos através do fornecimento de kits com quantidades específicas de cigarro e maconha desde que, a pessoa em questão esteja participando das atividades oferecidas pela atenção básica em conjunto com o matriciamento da Rede. Sendo necessário a capacitação dos profissionais que compõem o serviço de atenção básica para intervir de forma acolhedora e efetiva, fomentando o fortalecimento do vínculo, maior adesão a RD e logo a promoção e a prevenção da saúde no âmbito biopsicossocial.
3. Intervenções Psicológicas na Rede de Atenção à Saúde - 3.5 Dependências de Álcool e Drogas
Thais Amanda Rodrigues Manso, Elaine Martins, Yara Pryscilla Siqueira Rocha