Título

Com quem eu falo? Proposta de intervenção psicoeducativa na UTI pediátrica

Resumo

Introdução: O contexto da hospitalização infantil deflagra diversos mitos em pais e familiares. Um deles é quanto à representação de morte iminente relacionada à internação na Unidade de Terapia Intensiva. Nesse sentido, quando ocorre essa internação, é primordial o estabelecimento de um processo comunicacional eficaz entre equipe, paciente e família, a fim de minimizar o estresse e angústia, bem como evitar o estabelecimento de uma relação conflitiva devido à falta de informação. A experiência de estágio na UTI pediátrica provocou o questionamento sobre a relação entre a falta de informação e os sentimentos negativos relatados pelos pais e cuidadores. Neste sentido, o caminho parece ser o de buscar compreender como a falta de informação sobre a rotina de tratamento afeta o paciente pediátrico na UTI. Objetivo: Elaborar uma cartilha informativa de rotina de funcionamento e cuidados na UTI pediátrica para pais e cuidadores. Método: Trata-se de uma pesquisa ação, através de observação direta da rotina de funcionamento da UTI, assim como dos fenômenos que ali ocorrem. Os dados coletados foram categorizados e fundamentados em revisão de literatura para construção do instrumento: a cartilha informativa voltada aos pais e familiares da UTI pediátrica. Resultados: Em consonância com a literatura, observações e intervenções realizadas no campo demonstraram que a preocupação, a angústia e o estresse são sentimentos comuns a maioria dos familiares das crianças. Necessidades relacionadas à informação foram vistas como principal tópico para os familiares. Neste sentido, foi observada a importância da comunicação e repasse de informações de maneira efetiva como forma de amparar essas famílias, para na medida do possível, diminuir os sentimentos de impotência frente à situação de hospitalização. Considerações Finais: Espera-se que a cartilha elaborada para pais e familiares da UTI, na qual incluem informações como: horários de visitas, boletim médico, explicação do Serviço de Psicologia, funcionamento do isolamento, aparelhos e procedimentos, visitas de irmãos menores de 12 anos, casa de apoio, entre outras, funcione como facilitador para a inserção das famílias na UTI e proporcione o acesso a informações básicas sobre a rotina do setor. Considerando o processo de hospitalização da criança e adolescente, a participação da equipe e o relacionamento que estabelecem com os pais e familiares como primordial para tornar mais acolhedora a permanência dos mesmos na Unidade. A cartilha parece ser um dispositivo para uma conduta humanizada e uma comunicação efetiva, requisitos importantes para suprir essa demanda.

Referências Bibliográficas

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