Título

As crenças diante da cirurgia de esterilização tubária bilateral: uma (des)construção

Resumo

O planejamento familiar é uma política de saúde que prevê ações para promover saúde do binômio mãe/filho; qualidade de vida familiar e saúde reprodutiva da mulher. Para poder decidir sobre a constituição da prole, o casal precisa ter acesso ao conhecimento adequado no que diz respeito aos riscos e efeitos colaterais e às vantagens do método de escolha. OBJETIVO: Verificar a adequação do conhecimento no que tange às crenças dos efeitos colaterais decorrentes da cirurgia de esterilização tubária bilateral. MATERIAL E MÉTODO: Entrevista semi-dirigida realizada com 100 gestantes que solicitaram, durante a gravidez, realizar a cirurgia de esterilização tubária em Hospital Terciário Universitário na cidade de São Paulo. A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva. RESULTADOS: A média de idade foi de 34,76 anos (DP=5,73); média de 2,08 (DP=1,17) filhos vivos e renda familiar média de R$2.810,32 (DP=1.854,03). Dentre as participantes 91% afirmava conhecer uma pessoa que já havia realizado a Laqueadura. Na crença de 7% mulheres, a cirurgia apresenta efeito colateral negativo, destacando: ganho de peso, hemorragia pós-cirúrgica e gestação indesejada. No entanto, 9% referiu acreditar que ocorrem mudanças positivas no estado emocional, e 11% destacaram alterações positivas nas relações sexuais, em ambas as situações, foram destacadas a tranquilidade e a certeza de que não terão mais filhos. CONCLUSÃO: As alterações positivas descritas encontram-se relacionadas ao desejo de não ter mais filhos expressos no momento em que estão grávidas. No entanto, o elevado índice de crenças relacionados aos possíveis efeitos colaterais negativos, apontam para a importância da participação em grupos psicoeducativos visando a correta orientação e o manejo adequado das crenças, no intuito de propiciar um processo de decisão eficaz e melhor assistência a estas mulheres.

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