História da Psicologia no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia: 30 anos de memórias
Nome do autor: Rosângela Caratta Portella da Silveira
Título da Fala: História da Psicologia no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia: 30 anos de memórias
A inserção da psicologia no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, MG, ocorreu em 1986. Nomeada inicialmente como Serviço de Psiquiatria e Psicologia Médica, com equipe de dois psiquiatras e duas psicólogas atuantes nas enfermarias de Clínica Médica e Pediatria, Unidades de Terapia Intensiva Adulto e Pediátrica. O serviço direcionou-se pelos eixos: assistência, ensino, pesquisa e extensão, recebendo alunos da graduação das Faculdades de Medicina e Psicologia. Com a prática da assistência psicológica a beira do leito, demandas de atendimento surgiram nas demais enfermarias e a Psicologia Hospitalar ganhou impulso em 1995 com a abertura de 11 vagas em concurso público federal. A partir de então, torna-se uma Divisão de Psicologia Hospitalar com administração de um psicólogo, e ligada no organograma à Direção Administrativa do HCUFU. A partir de 2000, como resultado de um processo de evolução organizacional, torna-se Gerência de Psicologia e Psicopedagogia da Saúde, e expande sua atuação, contando inclusive com uma psicopedagoga. Neste modelo, cria a Coordenação Colegiada, composta por membros elegidos pelos pares a cada dois anos, que delibera decisões a partir de assembleias. Esta coordenação é responsável pela organização do serviço, visando o bom resultado do trabalho institucional; agindo de acordo com o código de ética da profissão. Atualmente, contemplando os 520 leitos, a Psicologia Hospitalar do HCUFU completou 30 anos e compõe serviços multidisciplinaridades em enfermarias e ambulatórios, com espaço em escalas de plantão hospitalar; está inserida no Programa de Residência Multiprofissional, com participação ativa em programas preconizados pelo Ministério da Saúde.
Nome do Autor: Layla Raquel Silva Gomes
Título da Fala: Psicologia e a tríade ensino, pesquisa e extensão no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia.
A Gerência de Psicologia e Psicopedagogia da Saúde, GEPPS, dispõe de um sistema de organização em comissões em três eixos: a Coordenação Colegiada, a Comissão de Plantão Psicológico e a Comissão de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), instauradas a partir de 2000. Inserido em um hospital universitário, a CEPE, organiza e coordena a participação de seus membros em atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão. São realizadas visitas técnicas de alunos e profissionais da área da saúde; supervisão de estágios (curricular ou extracurricular); preceptoria e tutoria na Residência Multiprofissional; aulas teóricas, grupos de estudos e de supervisão clínica para alunos do programa de Residência Médica em Psiquiatria; participação em disciplinas teóricas ou práticas da Residência Multiprofissional; bem como promoção de cursos e eventos científicos visando aprimorar o desenvolvimento da Psicologia Hospitalar. No âmbito da pesquisa, os tutores da Residência Multiprofissional, orientam trabalhos de conclusão da residência, participam de bancas examinadoras e colaboram na produção científica teórica-prática. Ao longo dos 30 anos de setor, foram realizados também diversos projetos de extensão voltados aos pacientes, acompanhantes e equipe multidisciplinar. Tais projetos buscam complementar a assistência com a produção de discussões e espaços lúdicos que favorecem a expressão da subjetividade dos participantes. Atualmente, o Psicocinema e Seminário Temático são realizados mensalmente, priorizando a discussão de temas relevantes para a prática profissional. A CEPE se mostra fundamental no desenvolvimento da tríade ensino, pesquisa e extensão e resulta no aprimoramento continuado da equipe da GEPPS e sua colaboração com áreas afins.
Nome do Autor: Fernanda Gonçalves Correia
Título da Fala: Assistência psicológica em enfermarias e ambulatórios
O serviço de Psicologia no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia é realizado pela Gerência de Psicologia e Psicopedagogia da Saúde – GEPPS, e conta atualmente com quatorze psicólogas e uma psicopedagoga que, em conformidade com o referencial teórico-metodológico específico da formação profissional, realizam atividades assistenciais voltadas a pacientes, familiares e equipes de saúde. Sua atuação se faz presente em todas as enfermarias, Unidades de Terapia Intensiva e Pronto Socorro, além de diversos ambulatórios credenciados e didáticos. A assistência desempenhada pelo psicólogo no hospital pode se fazer presente em qualquer momento do adoecimento e sua condução se faz por meio de diversas atividades, que possibilitam demarcar o papel do profissional nesse contexto. A organização do serviço se dá por meio da definição de profissionais de referência, responsáveis pela assistência psicológica de rotina nas unidades, como: acolhimento, avaliação e acompanhamento psicológico, discussões de equipe, acompanhamento de boletim médico e/ou comunicação de notícias difíceis, gestões de caso, visitas infantis, grupos psicoterapêuticos, suporte à equipe, dentre outras demandas pertinentes ao cotidiano das unidades. Além disso, a assistência ocorre também no período noturno, finais de semana, recessos e feriados, por meio de plantões e sistemas denominados coberturas que visam o atendimento às urgências e emergências psíquicas, consolidando um serviço de cuidado em tempo integral. Com isso, entende-se que, ao psicólogo, no hospital, cabe o papel de cuidar dos aspectos psíquicos em torno do adoecimento humano, lidando com emoções diversas e, muitas vezes desconhecidas, permitindo o encontro com a subjetividade diante da doença.
Nome do Autor: Gabriela Teixeira de Rezende
Título da Fala: Assistência Psicológica na Urgência e Emergência
As unidades de Urgência e Emergência do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia são preparadas para receberem pessoas em situação de risco iminente de vida, sendo elas: Pronto Socorro, Unidades de Terapia Intensiva (Adulto, Coronariana, Pediátrica e Neonatal) e os Centros Cirúrgico e Obstétrico. Nesse contexto, além das questões físicas e orgânicas, se faz presente a urgência psicológica, onde circulam sentimentos e emoções que interferem nos cuidados do paciente crítico. O paciente e a família são subitamente atravessados por um inusitado mal estar ou por acidentes diversos, nos quais as consequências como medos, fantasias, inseguranças, tristezas, sensação de impotência, ansiedade e outros sentimentos podem estar presentes, deflagrando uma condição perturbadora que também permeia a equipe multiprofissional. Ao psicólogo hospitalar cabe a inserção rápida e adequada de intervenções psicológicas, reconhecendo o impacto psíquico na tríade paciente, equipe e familiar e minimizando o sofrimento advindo do adoecimento. As psicólogas da Gerência de Psicologia e Psicopedagogia da Saúde realizam atendimentos de urgência e emergência 24h por dia, incluindo finais de semana e feriados, através dos atendimentos na rotina, em coberturas e plantões, onde a equipe se depara com situações de óbitos, comunicação de más notícias, violências, traumas, emergências psiquiátricas, entre outras. Os atendimentos são registrados em documentos do setor possibilitando a comunicação intersetorial, garantindo a reavaliação e, se necessária, a continuidade do acompanhamento psicológico na rotina. Estes documentos são arquivados conforme orientações normativas da categoria e possibilitam pesquisas clínicas e estatísticas do atendimento de urgência e emergência.
Nome do Autor: Natália Santos Oliveira de Freitas
Título da Fala: Visita infantil: atuação do psicólogo hospitalar
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia estabelece a idade mínima de 12 anos para visitas, entretanto as demandas de crianças menores surgem e são avaliadas por pelas psicólogas da Gerência de Psicologia e Psicopedagogia da Saúde. A visita no contexto hospitalar possibilita a manutenção dos vínculos familiares e sociais do paciente. A visita infantil exige articulação com equipes que atuam junto ao paciente para a programação e execução humanizada deste encontro. A avaliação inclui verificar quadro clínico do paciente, orientações sobre o manejo com a criança no ambiente domiciliar, identificando as figuras de referência e cuidado durante a ausência do paciente e as dificuldades encontradas neste processo. A hospitalização do ente querido pode propiciar alterações emocionais e comportamentais na criança, que por outro lado possui capacidade cognitiva e afetiva de lidar com o sofrimento, de acordo com sua fase de desenvolvimento e suporte familiar. A realização da visita envolve o acolhimento e preparação da criança, trabalhando fantasias e medos relacionados ao encontro, bem como seu desejo e compreensão sobre o estado atual do paciente. O familiar de referência acompanha todo o processo, sendo fundamental sua adequação para suporte à criança. É indicada a utilização de recursos lúdicos para a preparação da criança antes, durante e após a visitação. Proporcionar à criança a oportunidade de visitar seu familiar colabora para o enfrentamento de sua ausência e a construção de conceitos subjetivos relacionados à experiência de adoecimento, bem como na elaboração de perdas.
5. Novas Tecnologias, Gestão e Formação em Psicologia Hospitalar e da Saúde - 5.4 Implantação de Serviços de Psicologia no Hospital Geral
ROSÂNGELA CARATTA MACEDO PORTELLA SILVEIRA, LAYLA RAQUEL SILVA GOMES, FERNANDA GONÇALVES CORREIA, GABRIELA TEIXEIRA DE REZENDE, NATÁLIA SANTOS OLIVEIRA DE FREITAS