11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Vivências e reflexões sobre o período da primeira internação hospitalar na perspectiva de mulheres HIV positivas

Resumo

A aids foi relatada pela primeira vez em 1981 e atualmente a Organização Mundial da Saúde estima que aproximadamente 34 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HIV em todo o mundo. No Brasil, entre as mulheres tem sido verificado o aumento da incidência de infecção a partir da segunda década da epidemia, indicando não apenas as dificuldades para oferecer respostas institucionais ao controle da epidemia, mas também, evidenciando as questões de gênero, em particular nas relações conjugais, como relações sexuais desprotegidas por falta de poder de negociação do preservativo e os comportamentos de risco adotados por seus parceiros, cuja assimetria provoca a vulnerabilização das mulheres à infecção. O adoecimento dessas mulheres leva a uma perspectiva preocupante, pois muitas vezes este adoecimento vem associado a responsabilidade dos cuidados de um parceiro e/ou de possíveis filhos infectados. Porém, quando os sintomas começam a aparecer, surgem ansiedade e medos que estavam aparentemente controlados. O processo de internação pode ocasionar reações que agravam o quadro dos pacientes internados. Neste sentido, este projeto teve por objetivos identificar, entre mulheres soropositivas para o HIV, algumas representações sociais sobre a primeira internação hospitalar motivada por manifestação de sintomas, adoecimento devido a fragilidade do sistema imunológico e/ou efeitos colaterais associados ao tratamento. Este estudo foi realizado com 10 mulheres soropositivas, com idade entre 32 e 46 anos, internadas numa unidade de tratamento específica - UETDI. A análise temática de conteúdo das transcrições de entrevistas individuais, semi-estruturadas, audiogravadas foi sintetizada em Categorias e Subcategorias empíricas. Durante a internação, concretiza esta nova fase, sintomática, levando as participantes a encontrar novas formas de enfrentamento, representação do próprio corpo, novas perspectivas e, via contato com uma equipe adequada às suas necessidades e familiares, poder sair dessa hospitalização com novas possibilidades e representações de saúde. Por fim, pode-se indicar algumas reflexões acerca da complexidade da adesão do portador de HIV ao tratamento, uma vez que principalmente a família, sente o efeito da hospitalização, pois a mulher portadora de HIV não deixa de ser cuidadora, mudando de papel neste período.

Referências Bibliográficas

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Área

3. Intervenções Psicológicas na Rede de Atenção à Saúde - 3.4 Epidemias e Saúde Pública

Instituições

Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Iara de Moura Engracia Giraldi, Marco Antonio de Castro Figueiredo