Dados do Trabalho

Título

MODELAGEM DE DISTRIBUIÇAO E CONTRIBUIÇOES PARA REVISAO DO STATUS DE CONSERVAÇAO DOS PRIMATAS AMAZONICOS MICO RONDONI E LEONTOCEBUS WEDDELLI FRENTE AOS CENARIOS DE DESMATAMENTO

Resumo

O crescente processo de desmatamento do bioma Amazônia afeta diversas espécies animais, especialmente os primatas. Mico rondoni e Leontocebus weddelli são espécies endêmicas do sul da floresta amazônica e habitam preferencialmente florestas primárias. Possuem conhecida distribuição simpátrica em algumas localidades, podendo formar grupos mistos e compartilhar recursos. De acordo com a IUCN, M. rondoni e L. weddelli estão categorizados como “Vulnerável e “Pouco preocupante”, respectivamente, porém ambos sofrem com o avanço do desmatamento e fragmentação dos habitats. Os objetivos do presente estudo foram: construir modelos de distribuição geográfica para essas duas espécies de primatas; realizar uma análise comparativa entre suas extensões geográficas; além de verificar sua vulnerabilidade à perda de habitat considerando os cenários de desmatamento do bioma Amazônia. Foram obtidos pontos de ocorrência em bases de dados do ICMBio, SpeciesLink, GBIF, além de artigos científicos. Os registros para cada espécie e um conjunto de 36 variáveis ambientais bioclimáticas e topográficas foram a base para construção de modelos, utilizando-se diferentes algoritmos através do pacote estatístico “BIOMOD 2”. A sobreposição dos nichos foi analisada através do software ENMTools. Foram obtidos 28 registros para M. rondoni e 198 para L. weddelli. Os modelos de distribuição gerados foram considerados excelentes com AUC=0.996 para M. rondoni e AUC=0.984 para  L. weddelli. As espécies apresentaram uma sobreposição de nicho variando entre 59-92%, indicando alta simpatria. As variáveis mais influentes em todos os modelos foram: Sazonalidade da radiação (bio23) e a precipitação do trimestre mais frio (bio19). Além disso, projetando os modelos gerados nos cenários de desmatamento, nossos resultados indicam uma redução de cerca de 80% de área para M. rondoni e 50% para  L. weddelli. Esses resultados se mostram alarmantes, e ambos os primatas podem estar seriamente ameaçados de extinção por conta da supressão do habitat e rápido avanço do desmatamento no sul da Amazônia.

Financiamento

CNPq e FACEPE

Palavras-chave

PRIMATAS AMEAÇADOS, FLORESTA AMAZÔNICA, PERDA DE HABITAT