11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

COLORAÇAO DE MORCEGOS FRUGIVOROS: SINALIZAÇAO SOCIOSSEXUAL VS. CAMUFLAGEM

Resumo:

A coloração de cada animal tende a estar associada a um fator ecológico crucial para reprodução e/ou sobrevivência daquela espécie ou grupo taxonômico. Morcegos são animais pequenos que estão constantemente suscetíveis a predação por diversos grupos como serpentes, primatas e aves. Das espécies de morcegos que tiveram seu sistema visual estudado, a maioria é dicromata e muitos são capazes de enxergar ultravioleta, com isso podem potencialmente possuir a capacidade de se utilizar de sinais visuais nesse espectro de coloração. Nosso trabalho buscou verificar se reflexão da luz pela pelagem do dorso de Artibeus planirostris e da folhagem diferiria com base na visão de coespecíficos (i.e. morcegos) e predadores (i.e. corujas). Coletamos os espectros de reflexão da pelagem com auxílio de equipamento de espectrofotometria e realizamos a modelagem visual para o sistema visual de morcegos e de corujas com a utilização do pacote pavo, para o R. Nossos resultados mostram que A. planirostris reflete luz na faixa do ultravioleta (UV), informação que coincide com as já apresentadas na literatura que demonstram que o sistema visual da espécie é capaz de enxergar na faixa luminosa do ultravioleta. Estimamos que a captação de luz pelo sistema visual de morcegos consiga distinguir a luz refletida pelo dorso de A. planirostris e pelas folhas apenas na faixa de luz vermelha, mas não na faixa UV. Por outro lado, de acordo com o sistema visual de corujas, a pelagem de morcegos e folhas diferem em todo o espectro de sensibilidade desses predadores. Nossos resultados mostram que morcegos escuros, como A. planirostris, também refletem luz UV e que, apesar dessa coloração parecer não favorecer a sinalização sociossexual entre morcegos, aparentemente impõe um custo muito alto por favorecer sua visualização por corujas.

Financiamento:

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

Área

Ecologia

Autores

Kleytone Alves-Pereira