11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

DIVERSIDADE DE MAMIFEROS NOS AGROECOSSISTEMAS BRASILEIROS E SEUS SISTEMAS NATURAIS ADJACENTES

Resumo:

Os habitats agrícolas vêm substituindo áreas naturais, gerando perda em área e heterogeneidade natural. Apesar do avanço agrícola, algumas espécies ainda conseguem usar esses habitats, o que pode significar um desafio, visto que essas áreas podem configurar armadilhas ecológicas, dada sua baixa qualidade. Áreas naturais adjacentes à agroecossistemas desempenharão um importante papel para o sucesso da conservação e manutenção da biodiversidade a longo prazo. Nosso objetivo foi estimar a diversidade e beta diversidade de mamíferos em áreas de agroecossistemas brasileiros e seus habitats naturais adjacentes. O estudo consistiu em uma revisão sistemática nas bases Google Scholar, Scielo e Web of Science. Os documentos resultantes das buscas foram triados e descriminados quanto a exclusão de repetições e corresponder com os critérios de elegibilidade, para estimar os valores de betadiversidade das comunidades decomposta em substituição e aninhamento. Do quantitativo total de 2257 documentos, foram selecionados 28 artigos (pequenos n=14; médios e grandes n=11; pequenos, médios e grandes n= 3). Dentre os artigos selecionados, obtivemos os seguintes cultivos agrícolas: angico, cabrucas, café, cana-de-açúcar, eucalipto, manga, milho, palma, pastagem e teca. Os habitats de pastagem e eucalipto foram o que obtiveram a maior frequência, com 12 e 11 estudos, respectivamente. Os artigos de comunidades de pequenos mamíferos apresentaram dissimilaridade média de 43,5% (beta-sorensen), sugerindo que uma grande proporção da comunidade é detectada nos agroecossistemas. A decomposição é voltada principalmente para a substituição de espécies. As de médios e grandes apresentaram dissimilaridade de 45,8%, também apresentando perfil de substituição de espécies. Os agroecossistemas não parecem atuar predominantemente como um filtro porque a substituição é preponderante sobre o aninhamento. Habitats agrícolas de monocultura apresentam uma decomposição voltada principalmente para a substituição de espécies. As áreas de pastagem, no geral, possuem uma decomposição voltada a perda de espécies. As espécies atraídas para as áreas agrícolas, em geral, são de habitats abertos e generalistas. As modificações geradas pela implementação do agroecossistema, acarreta então em diferentes composições da comunidade local ao longo do gradiente de paisagem.

Palvras-chave: cultivos, betadiversidade, substituição de espécies.

Financiamento:

Área

Ecologia

Autores

Gabriela Fernanda Silva Ferreira, Pedro Cordeiro-Estrela