11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

OCORRENCIA DE HIPOPIGMENTAÇAO EM CARNIVOROS NEOTROPICAIS, COM NOVOS REGISTROS DE LEUCISMO PARA LYCALOPEX GYMNOCERCUS (CARNIVORA: CANIDAE) E PIEBALDISMO PARA LEOPARDUS GEOFFROYI (CARNIVORA: FELIDAE)

Resumo:

As colorações anômalas são causadas por mutações genéticas as quais costumam refletir no excesso ou no déficit de produção de melanina. A hiperpigmentação ou melanismo resulta em espécimes de coloração totalmente escura. Do contrário, a hipopigmentação reflete a ausência ou pouca produção de melanina, a qual resulta na coloração branca ou branco-amarelada concentrada em partes do corpo ou homogeneamente distribuída ao longo do corpo do indivíduo. Casos de hipopigmentação vêm sendo reportados em diferentes grupos de mamíferos. Apesar do aumento de casos documentados, ainda são raros os registros para as espécies da ordem Carnivora. Neste estudo realizamos uma revisão bibliográfica relacionada à ocorrência de hipopigmentação em carnívoros neotropicais, adicionando dois casos inéditos de anomalia de coloração. Compilamos um total de 21 referências bibliográficas (artigos científicos e teses defendidas) que já documentaram a ocorrência de colorações anômalas em carnívoros neotropicais. Os quantitativos publicados, adicionados às duas ocorrências aqui descritas com base em registros pessoais, consideram 44 casos: 38 de leucismo, quatro de albinismo e dois de piebaldismos. As onze espécies documentadas integram cinco famílias: Mustelidae, Otariidae, Canidae, Felidae e Mephitidae. A família Mustelidae foi a que apresentou o maior número de indivíduos com colorações anômalas, sendo Eira barbara a espécie detentora do maior número de registros (n= 27). Adicionamos um novo caso de leucismo para Lycalopex gymnocercus (Canidae) e um de piebaldismo para Leopardus geoffroyi (Felidae), ambos para o sul do Brasil, foto documentados. Alguns autores acreditam que o albinismo seja uma desvantagem para os indivíduos, pois pode reduzir a proteção contra a radiação ultravioleta o que pode afetar a sua termorregulação, diminuir sua eficácia de caça, diminuir seu sucesso reprodutivo e aumentar a exposição aos predadores, o que pode justificar a diferença do número de ocorrências em relação ao leucismo. Já para o piebaldismo, acredita-se que o baixo número de registros esteja associado à falta de publicações relacionadas a esse fenótipo.

Financiamento:

CNPQ

Área

Anatomia e Morfologia

Autores

Marina Ochoa Favarini, Felipe Bortolotto Peters, Flávia Pereira Tirelli, Maria João Ramos Pereira