Dados do Trabalho

Título:

O QUE PRECISAMOS SABER PARA CONSERVAR OS ROEDORES?

Resumo:

A qualidade da avaliação do risco de extinção de uma espécie depende de uma boa base de conhecimento sobre ela, incluindo diversos aspectos sobre sua morfologia, ecologia e fisiologia. Entretanto, não existem muitos estudos que contemplem essas áreas do conhecimento para os roedores, o grupo mais diverso de mamíferos, com altos níveis de endemismo e, por conseguinte, a ordem de mamíferos com maior número de espécies classificadas com dados insuficientes pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN). Dessa forma, os objetivos deste trabalho são: (a) descrever a composição das fichas quanto à qualidade da informação que as compõem e (b) identificar as lacunas de conhecimento quanto aos temas relevantes para a aplicação do método da IUCN através dos dados das espécies no Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (SALVE) de modo a orientar futuros trabalhos e projetos científicos. Considerando as seções do SALVE e o método da IUCN, foram contabilizadas as referências citadas nas fichas, identificando-as como literatura científica, literatura cinzenta e comunicação pessoal. Para tal, 89 de 263 espécies foram sorteadas considerando as categorias de ameaça e divididas em dois grupos: Cricetidae (44 espécies) e Caviomorpha e Sciuromorpha (45 espécies). Os resultados, obtidos através da Análise de Variância (ANOVA, p-valor <0,05), mostraram que entre os tipos de publicação, a literatura científica apresentou a maior média de citações por espécie (9,2 ± 5,95 - média ± DP), seguida pela literatura cinzenta (2,79 ± 1,6) e comunicação pessoal (2,95 ± 6,09). Em relação aos temas (ANOVA p-valor<0,05), foram analisados ameaças (0,61 ± 1,05), classificação taxonômica (1,09 ± 1,71), distribuição (2,65 ± 4,18), habitat (0,75 ± 1,04) e reprodução (0,28 ± 0,70), que compreendem informações essenciais à aplicação dos critérios da IUCN. Quando analisamos os temas usando apenas as referências científicas (ANOVA, p-valor<0.05), verificamos o aumento de suas médias: ameaças (0,71 ± 1,45), classificação taxonômica (2,48 ± 2,28), distribuição (5,27 ± 4,38), habitat (1,65 ± 1,21) e reprodução (0,54 ± 0,93). Os resultados, demonstram que o processo de avaliação provém de uma compilação de informações apoiada em evidências científicas, embora sejam necessárias mais pesquisas dedicadas a produzir informação sobre a reprodução e ameaças das espécies, pois constituem um conhecimento essencial para a aplicação dos critérios na avaliação do estado de risco de extinção.
Palavras-chave: roedores brasileiros, lacuna de conhecimento, risco de extinção, livro vermelho.

Financiamento:

CNPq

Área

Conservação