11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

MAMIFEROS DE MEDIO E GRANDE PORTE EM AREA DE MINERAÇAO EM GOIAS

Resumo:

A mineração, apesar de ser considerada uma atividade de uso temporário da terra, é causadora de mudanças irreversíveis. Além das severas modificações na paisagem, esse tipo de empreendimento compromete o funcionamento de todas as dinâmicas ecológicas de seu entorno. Para entender como a mineração afeta a fauna, é necessário um monitoramento contínuo que perdure por anos. Neste trabalho, apresentamos um inventário prévio de mamíferos de médio e grande porte realizado durante um projeto de monitoramento da fauna em uma região de mineração em Goiás. O levantamento de dados foi realizado por armadilhas fotográficas. As armadilhas estavam espalhadas em dois pontos com distância mínima de 200 m em 8 fragmentos escolhidos com base na distância da área de mineração. O esforço amostral foi de 656 câmeras-dias. Foram registradas 23 espécies de mamíferos de médio e grande porte de 9 ordens diferentes, das quais Carnivora e Rodentia foram as mais frequentes (43,5% e 13%, respectivamente). Desse total, 6 espécies estão ameaçadas de extinção, classificadas como vulneráveis (VU) de acordo com o Livro Vermelho do Instituto Chico Mendes: o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), a raposa-do-campo (Lycalopex vetulus), a onça-parda (Puma concolor), o gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi) e a anta (Tapirus terrestris). No ponto mais rico foram registradas 14 espécies. A média de riqueza por ponto foi de 8,67 espécies. O veado-catingueiro (Mazama gouazoubira) esteve presente em 7 dos 8 fragmentos (87,5%), enquanto a irara (Eira barbara) foi registrada em 6 (75%), sendo as espécies mais frequentes. Em comparação com estudos semelhantes realizados no estado de Goiás, esse inventário mostrou uma grande riqueza de espécies. Nosso estudo contribui com informações sobre a mastofauna em fragmentos florestais na região norte do estado, no entanto esses dados ainda não são suficientes para avaliar como os fatores ambientais influenciam essas comunidades. É necessário o acompanhamento das dinâmicas populacionais da mastofauna ao longo dos anos para o entendimento dos impactos ambientais da mineração na região.

Financiamento:

Área

Inventário de espécies

Autores

Carlene Gomes Rodrigues, Morgana Oliveira Andrade, Iannamurti Leles, Arthur Angelo Bispo de Oliveira