11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

INVENTARIO DE PEQUENOS MAMIFEROS NAO-VOADORES (RODENTIA E DIDELPHIMORPHIA) DO BAIXO AMAZONAS: CALHA NORTE E CALHA SUL

Resumo:

Os pequenos mamíferos não-voadores (roedores e marsupiais) despontam como o grupo de mamíferos mais abundante e representativo no bioma amazônico. Entretanto, o conhecimento sobre sua riqueza e distribuição é heterogêneo, apresentando lacunas em diversas áreas da Amazônia. Nesse sentido, o presente trabalho visou inventariar a riqueza de pequenos mamíferos não-voadores (Rodentia e Didelphimorphia) em um trecho de ambas margens do Baixo Amazonas, inserida em dois centros de endemismo (Rondônia e Guiana). Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma no período de 26/01 à 11/02 de 2015 (chuva) e outra de 26/09 à 03/10 de 2015 (seca). Ambas as campanhas apresentaram o mesmo método e esforço. As armadilhas permaneceram ativas por 8 dias consecutivos em cada uma das 8 Unidades Amostrais (UA), por campanha. Todos as UAs são classificadas como Floresta Ombrófila Densa. Cada UA é composta por um transecto principal de 2,0 km, e três parcelas de amostragem com 250m de comprimento, perpendiculares à trilha principal. Em cada parcela foram distribuídas 20 armadilhas “Live traps”, 10 do tipo Sherman (sub-bosque) e 10 do tipo Tomahawk (bosque), totalizando 60 armadilhas por UA; também foram instaladas armadilhas de interceptação e queda “Pitfall traps”, distribuídas nas três parcelas de cada UA, sendo constituída por 6 baldes de 60L dispostos em formato de “Y” cada. As 8 UAs foram distribuídas entre três municípios: duas UAs em Óbidos – PA (Calha Norte), quatro em Juruti – PA e duas em Parintins – AM (Calha Sul). Foi realizada análise citogenética dos indivíduos coletados para montagem de cariótipos por coloração convencional, para auxílio na identificação taxonômica. As informações cariotípicas (número diploide e número fundamental), obtidas para as amostras do presente trabalho, corroboram com as disponíveis na literatura para as espécies inventariadas. Totalizando as duas campanhas, foram registrados 105 indivíduos pertencentes a 13 gêneros e 23 espécies, distribuídas em duas ordens (Rodentia e Didelphimorphia) e três famílias (Cricetidae, Echimyidae e Didelphidae): Oecomys (O. bicolor, O. rutilus, O. auyantepui), Hylaeamys megacephalus, Neacomys elieceri, Rhipidomys nitela (Cricetidae), Proechimys (P. roberti, P. guyannensis, P. gr. goeldii), Mesomys hispidus, Makalata sp., Lonchothrix emiliae (Echimyidae), Caluromys philander, Didelphis marsupialis, Marmosa (M. lepida, M. murina, M. demerarae), Marmosops (M. bishopi, M. noctivagus, M. parvidens, Marmosops sp.) e Monodelphis (M. emiliae, M. glirina) (Didelphidae). As espécies mais representativas foram Monodelphis emiliae (N=21; 20%) e Didelphis marsupialis (N=11; 10,48%) da família Didelphidae, e Oecomys bicolor (N=11; 20%) da família Cricetidae. Essas três espécies, juntas, representam mais de 40% da abundância total da amostragem. Em contrapartida, as espécies a seguir apresentaram apenas 1 registro cada, sendo a menor representatividade com 5,7% no total: Caluromys philander, Marmosa murina (Didelphidae), Makalata sp. (Echimyidae), Hylaeamys megacephalus, Oecomys auyantepui e Rhipidomys nitela (Cricetidae). Apesar das UAs localizarem-se próximas as áreas urbanas, o esforço amostral empregado permitiu evidenciar uma alta riqueza de pequenos mamíferos na região do Baixo Amazonas. Tal fato pode estar associado com a preservação das UAs, uma vez que as espécies inventariadas (exceto Didelphis marsupialis) possuem pouca tolerância para modificações antrópicas na paisagem.
Palavras-chave: Inventário. Amazônia. Rodentia. Didelphimorphia.

Financiamento:

Área

Inventário de espécies

Autores

Willam Oliveira da Silva, Weverton Souza Bandeira Mota, Marlyson Jeremias Rodrigues da Costa, Stella Miranda Malcher, Jéssica Barata da Silva, Julio Cesar Pieczarka, Cleusa Yoshiko Nagamachi